Prólogo

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Stella

A porta fecha e eu suspiro aliviada, não há mais nenhuma consulta marcada, o último paciente do dia acaba de deixar meu consultório com sua mãe. O expediente, finalmente, chegou ao fim e só de imaginar um banho quente ao chegar em casa, um sorriso surge em meu rosto. O dia foi exaustivo, amo meu trabalho, amo o hospital e amo cuidar dos pequenos, mas alguns dias são extremamente cansativos e hoje é um deles.

Apoio minhas costas confortavelmente no encosto da cadeira, pego meu celular que está sobre a mesa e confiro minhas mensagens. Há mensagens no grupo das meninas composto por Júlia, Helena, Fernanda e eu, nenhuma importante, apenas conversas aleatórias, uma mensagem da minha mãe perguntando como estou, respondo que estou ótima, se visualizar e não responder dona Luz surta. Vanessa pede uma carona, eu envio um "óbvio que sim" como resposta. E por último, há uma mensagem de Anthony, um convite para um jantar e implicitamente um convite para sexo pós jantar, afinal nossos encontros sempre terminam na cama, enumero rapidamente e mentalmente os prós e contras de aceitar, prós: sexo, sexo e mais sexo, contras: sair de casa, sair de casa e sair de casa. Sexo com certeza é uma das maravilhas do mundo, mas eu estou tão cansada, a semana foi pesada, eu preciso dormir. Agradeço o convite, mas o recuso. Minha noite de sexta-feira será em minha cama assistindo algum reality show. 

Guardo o celular em minha bolsa, faço o mesmo com meu notebook, eu levanto da minha confortável cadeira, organizo minha mesa, colocando as folhas e canetas em seus devidos lugares, e então posso ir para minha casa, desligo as luzes e saio do consultório. Caminho pelos corredores do hospital em direção a emergência para encontrar Vanessa, cruzo com alguns colegas e os cumprimento com um sorriso. Ao entrar na ala de emergência deparo-me com Vanessa atrás do balcão da recepção, me aproximo e apoio meu braço e meu corpo no balcão, sorri ao perceber minha presença, eu faço o mesmo.

— Você irá demorar?

Balança a cabeça negando, ela está em pé, enquanto a outra recepcionistas está sentada em uma cadeira de frente para o computador.

— Apenas preciso entregar um prontuário na recepção da CTI.

É estranho que Vanessa, a recepcionista da emergência, esteja com um prontuário de algum paciente da CTI, algum imprevisto deve ter ocorrido.

— Posso ir com você e depois vamos para o estacionamento.

Assente, sai de trás do balcão, para ao meu lado. 

— Muito obrigada pela carona. 

Dou de ombros, sua casa e perto do meu apartamento, não é nenhum sacrifício.

— De nada, sempre que precisar eu estou à disposição.

Sorri agradecida, saímos da emergência e vamos em direção aos elevadores para subirmos para o andar do CTI. Estamos uma do lado da outra, andamos pelo corredor e sem querer esbarro meu braço na sua mão, o prontuário cai no chão.

— Desculpe.

Automaticamente, abaixo-me para pegar o papel, ao retirá-lo do chão meus olhos percorrem as palavras, traumatismo craniano e coma chamam minha atenção, aparentemente um caso complicado, enquanto fico em pé, subo o olhar pelo papel para ler o nome do paciente, ser curiosa é meu defeito grave. Ao ler o seu primeiro nome meu coração acelera com a coincidência, ao ler o primeiro sobrenome um arrepio sobe pelo meu corpo, acelero o restante da leitura e ao ler o último sobrenome é como se meu coração parasse, esqueço de tudo e todos, o tempo paralisa, meu peito aperta e algo em mim quebra. 

— Você está bem, Stella?

Eu leio o prontuário novamente, as informações não são tão detalhadas quanto eu gostaria. 

— O que aconteceu com Pablo?

Olho para Vanessa, ela olha para mim sem entender. 

— Quem é Pablo?

Respiro fundo, eu preciso manter a calma. 

— Eu conheço o cara desse prontuário. 

Eu quero gritar que é muito mais que um conhecido, eu estou desesperada, e se algo acontecer com ele? E se esse for nosso último encontro? Minha mente está uma confusão, meus sentimentos estão uma bagunça. 

— Não sei muita coisa, apenas que ele sofreu um acidente de carro durante a madrugada passada, não conseguimos entrar em contato com ninguém da família, mas ele tem um plano de saúde, encontramos o cartão em sua carteira.

Imagens de nossos momentos ocupam minha mente, eu sinto saudade, medo de perdê-lo, um medo terrível e angustiante.

— Eu preciso vê-lo.

Praticamente, corro para o elevador, Vanessa segue-me e ao entramos, fica de frente para mim, olha-me preocupada. 

— Quem é ele? 

O ar está faltando, nunca senti falta de ar em lugares fechados, encosto minha cabeça na parede e fecho meus olhos.

— Um conhecido, nós temos uma relação estranha. 

Quero chorar, mas controlo minhas lágrimas. Talvez, seja um traumatismo craniano leve e o coma induzido. Talvez, tudo esteja bem. Chegamos no andar, as portas abrem e saio apressadamente. Procuro pelo médico plantonista e ao encontrá-lo busco por respostas. Meu mundo desmorona ao saber da situação de Pablo, um coma causado por um traumatismo craniano grave, provavelmente bateu a cabeça no acidente, um acidente de carro durante um racha. Uma cirurgia foi realizada, por sorte não havia hemorragias, no momento temos que aguardar como Pablo irá reagir, como seu corpo irá reagir e se por acaso haverá sequelas. Além do traumatismo, quebrou as duas penas e o braço esquerdo.

Após muita insistência, eu sou autorizada a vê-lo, vistos as roupas adequadas e realizo os procedimentos necessários. Ao entrar no quarto o único som é do equipamento monitorando seus batimentos cardíacos, meu coração está acelerado e meu peito apertado, aproximo-me da cama, Pablo está com vários aparelhos conectados em seu corpo, pernas, braços e cabeça cobertos por faixas, há curativos por seu rosto e as partes descobertas estão roxas. Eu gostaria de tocá-lo, mas não faço. 

— Nosso décimo segundo encontro, a vida não cansa de cruzar nossos caminhos, não é!?

Minha voz sai abafada por causa da máscara em meu rosto.

— Eu estou com medo de perdê-lo, eu estou com medo de que esse seja nosso último encontro. Eu estou com medo de não o encontrar aleatoriamente por aí, eu estou com medo de que a vida tenha resolvido nos castigar por nunca termos assumido o que sentimos, por termos desperdiçado nossas chances. Como pode ser tão dolorosa a ideia de perder você?

Dez anos, doze encontros aleatórios, doze vezes a vida cruzou nossos caminhos. 

— Eu sei que nunca pedi para ficar, mas dessa vez, eu não posso deixar você ir, dessa vez, você tem que ficar. 

Uma lágrima desce por meu rosto, fecho os olhos.

— Você lembra de como nos conhecemos? — Espero um tempo, o tempo que ele demoraria para responder. — Eu consigo lembrar de cada detalhe.



~❤~

Olá pessoas! Decidi respostar essa serie mesmo sem todos os livros estarem revisados. Então aqui vai alguns avisos:

1 - Essa série foi escrita há muito tempo então os primeiros livros estão mal escritos e com muitos erros.

2- Como estou reescrevendo a série e repostando conforme vou fazendo isso algumas coisinhas não irão bater, detalhes que pretendo mudar.

3-Siga-me no instagram, porque em breve tem novidades aqui no wattpad e eu irei lançar meu primeiro livro na Amazon em Julho, meu insta é @lanasilva.sm.

4 - link do grupo no whats (ou deixe seu número nos comentários).

Bjs e até mais ❤️

O Poder de Um EncontroOnde histórias criam vida. Descubra agora