"Eu cheguei como uma bola demolidora
Sim, eu só fechei meus olhos e balancei
Me deixou queimando e eu caí
Tudo que você fez foi me partir em pedaços"Wrecking Ball (Miley Cyrus)
Stella
Eu estou sentada no chão do corredor com as costas e cabeça apoiadas na parede, escuto passos, alguém está se aproximando, olho na direção do som e encontro Vanessa.
— Está tudo bem?
Minhas lágrimas continuam deixando meus olhos e descendo pelo meu rosto, meu choro é silencioso. Respondo à pergunta de Vanessa com um gesto negativo com a minha cabeça, eu não estou bem, nada está bem.
— Você pode dirigir?
Ela assente, eu fico em pé, Vanessa olha para mim sem saber o que fazer, ou o que falar, eu dou de ombros, não há nada que se possa fazer. Retiro a chave do carro da minha bolsa e a entrego para minha amiga. Caminhamos para o estacionamento em silêncio, minhas lágrimas cessam, mas a dor e a pressão em meu peito não.
O trajeto para meu apartamento é silencioso, mas não há nada em silêncio dentro de mim, uma parte minha grita que tudo poderia ser diferente, se nós tivéssemos juntos, se eu tivesse lutado por Pablo, se eu tivesse insistindo em nós, outra parte minha está gritando de medo, medo de perdê-lo para sempre. Vanessa aproxima-se da minha rua, olho para ela.
— Eu vou ficar em frente ao meu prédio e você vai para casa com meu carro, amanhã eu vou para hospital de carona com a minha irmã, ela mora aqui perto.
Assente. Vanessa é uma boa amiga e uma ótima motorista, eu confio nela, não quero dirigir até sua casa e muito menos quero que ela precise chamar um táxi, ou pegue um ônibus, afinal eu prometi uma carona. Júlia pode me deixar no hospital antes de ir para o seu trabalho, além de precisar de uma carona, eu quero conversar com minha irmã, eu sei que não irá me negar uma carona e uma conversa.
— E amanhã, eu vou para o hospital com seu carro e o entrego para você?
Eu sorrio, melhor tento sorrir, nós duas sabemos que é um sorriso falso.
— Exato, não tente sequestrá-lo, por favor.
Ela sorri, um sorriso de quem está tentando confortar outra pessoa.
— Pode deixar, mas tem certeza? Eu posso pedir um carro por aplicativo, ou amanhã passo aqui e vamos juntas para o hospital.
Balanço a cabeça negando, mas como está dirigindo, ela não percebe.
— Não, eu quero conversar com a minha irmã, mas caso ela negue, eu aviso você e você vem me buscar.
No momento em que falar para Júlia que preciso dela urgentemente, minha irmã fará o possível para estar ao meu lado.
— Ok, obrigada.
Ela sorri, eu não a respondo e voltamos a ficar em silêncio. Após alguns segundos Vanessa estaciona o carro em frente ao meu prédio e olha para mim.
— Ele é muito importante para você, não é!?
Sei que está falando de Pablo, respiro fundo.
— Sim, ele é.
Admitir em voz alta sua importância causa uma certa estranheza. Eu precisei vê-lo em uma cama de hospital para admitir o quão importante Pablo é para mim. Não quero falar sobre com Vanessa e para que não faça mais perguntas, solto o cinto, curvo meu corpo em sua direção e beijo sua bochecha.
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O Poder de Um Encontro
RomanceSérie O Poder do Amor - Livro 6 Se você nasce para ser um perdedor, não importa os seus esforços, não importa o quanto fuja, você irá falhar e você irá perder. Eu nasci danificado, eu nasci destinado a seguir os passos dos meus pais. Uma vez, eu acr...