Capítulo 12

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"Não há lábios como os seus lábios
E ninguém mais se sente assim
Não há como seguir em frente, admito"

Cheating On vou (Charlie Puth)


Stella

Eu consigo ver um menino quebrado, não um homem quebrado, mas um menino. Eu aperto sua mão para saber que eu estou aqui, para salientar que minhas palavras são reais, eu não vou a lugar algum. Olha para mim, sorri, um sorriso triste, perdido, desacreditado. 

— Não, Stella, você irá perceber o quanto não posso ser o suficiente e irá me deixar. — Balanço a cabeça negando. — Eu não fui o suficiente para Cecília, não serei para você também. 

Suas palavras são doloridas de ouvir, porque você sente a sua dor em cada palavra.

— Eu estarei aqui, Pablo, enquanto você permitir, enquanto ser esse cara que eu conheço, enquanto você não me machucar, porque se você me machucar propositalmente, eu não irei insistir, porque não importa o quanto você esteja quebrado, eu não posso ser seu saco de pancada. — Seu olhar diz que esse é o seu ponto, seu medo, mais uma vez balanço a cabeça. — Eu não estou falando que vou deixar você na primeira vez que for grosso, mau humorado, chato, eu estou dizendo que se você começar a me machucar propositalmente e profundamente, eu não permitirei que você continue, porque eu não posso deixar você me quebrar. 

Sorri, mas dessa vez é um sorriso debochado, seu olhar é debochado, ele não acredita no que eu estou dizendo. 

— Stella esse é o problema, eu apenas sei machucar as pessoas, está enraizado em mim.

Eu quero segurar em seus braços e o chacoalhar, quero que ele acorde, desperte, quero que ele saia dessa autodepreciação, quero que ele tente, insista e dê uma chance a si mesmo. 

— Você está errado, em nossos encontros eu tinha uma parte sua e essa parte não me machucou, você consegue não machucar as pessoas, Pablo.

Eu gostaria de gritar, mas respiro fundo e mantenho a calma, continuo a falar em um tom de voz baixo.

— Eu não machuchei você todas às vezes que deixei você, após nossos encontros?

Sua pergunta deixa-me sem respostas, Pablo partia, nossos encontros terminavam sem expectativas, porém uma parte minha tinha esperança de ser diferença, ao fim de cada encontro, eu estive um pouco decepcionada. 

Eu não o respondo.

Eu não posso o responder.

Ergue seu braço não ferido e acaricia meu rosto. 

— Você merece mais, Stella.

Eu aproximo-me e com delicadeza por conta dos seus ferimentos apoio minha cabeça e parte do meu corpo em seu peito.

— Alguma vez, você quis fazer diferente, alguma vez você quis ficar?

Sua mão sobe e desce pelos fios do meu cabelo, eu gosto tanto de sei toque. Meu coração transborda com sentimentos tão bons, ternos, inexplicáveis quando estou em seus braços. Demora alguns minutos para responder minha pergunta, o silêncio não é desagradável. 

— Eu sempre soube que se ficasse, eu machucaria você, não seria o suficiente, nunca parti por mim, Stella, sempre foi por você. 

Beijo seu pescoço, coloco minha mão sobre seu coração.

— Em nosso último encontro, eu pensei que seria diferente, imaginei você batendo em minha porta inúmeras vezes, porque o seu olhar naquela noite foi tão apaixonado, tão decidido.

O Poder de Um EncontroOnde histórias criam vida. Descubra agora