Capítulo 23

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"Conserte meu coração
Diga que me amará novamente
Desfaça essa dor que você provocou
Quando você saiu por aquela porta
E saiu de minha vida"

Un-Break Mto Heart (Toni Braxton)

Pablo 

Maria Eduarda e eu, vamos para o carro sem conversar, meu coração continua acelerado e meu peito apertado, eu não estava preparado para encontrar Stella, talvez nunca esteja, não dessa forma, sem poder tocá-la, puxá-la para meus braços, beijar seus lábios. Suspiro, eu não consigo imaginar minha vida sem Stella, como ela pode duvidar que minha escolha será diferente? Não importa o que eu viva, como viva, eu sei que a minha escolha será ela, será o nós. 

Ao chegarmos no carro, abro a porta traseira para Maria Eduarda entrar, senta no meio do banco e a ajudo com o cinto, após estar devidamente segura, eu assumo o banco de motorista. Olho para trás, Madu está com os braços apoiados nos bancos, sorrio e ela faz o mesmo.

— Você quer escolher a música? — Assente, eu pego o meu celular em meu bolso, desbloqueio, abro o aplicativo de música e o entrego para Madu. — Divirta-se.

Eu fico surpreso com a sua escolha, Paradise de Coldplay.

— Ótima escolha, Dunga.

Olho para ela pelo retrovisor e está sorrindo, eu sei que é pelo Dunga, Madu ama o apelido, um apelido só nosso, um apelido de nós três, ama de algum modo fazer parte de Stella e eu, sorri cada vez que um de nós dois a chama de Dunga. Encarando Maria Eduarda e seu sorrio, as lembranças do dia em que se intitulou o Dunga ecoam em minha mente e eu sorrio.  

— Você está roubando, Pablo.  —  Dou de ombros e Stella suspira, contrariada pega as seis cartas.  — Você não pode jogar um +2 sobre um +4, você é um trapaceador.

— E você não sabe perder.

Encara-me indignada.

— O jogo só termina quando acaba, querido, eu ainda não perdi.

Viro-me para Maria Eduarda. 

— Ela realmente não sabe perder, pequena. 

Eu gosto de provocar Stella, Madu sorri, eu pisco para a pequena. 

— Não dê ouvidos para ele, Madu. 

Maria Eduarda assente, larga as cartas de cabeça para baixo sobre o tapete e lentamente diz "Eu acredito em você, tia, irá ganhar do tio Pablo", Stella e eu conseguimos entender libras, mas apenas se for devagar e ainda estamos no processo de aprender a falar com os sinais. Eu encaro a pequena indignado.

— Você me traiu. — Sua resposta é um "desculpe", olho para Stella. — E você deveria culpar, Madu, ela quem jogou o mais quatro.

Dá de ombros. 

— Não tente nos colocar uma contra a outra querido, meninas unidas jamais serão vencidas, lide com fato de estar só, você que lute.

Sorri, um sorriso convencido.

— Injusto. — Resmungo, as duas sorriem, suspiro e olho para Stella. — É a sua vez.  

Stella e Maria trocam um olhar, Stella assente, olha para mim e sorri, um sorriso diabólico. Retira uma carta das muitas cartas que estão em sua mão, faz um suspense e então a deposita sobre as outras cartas descartadas, um +4, seu olhar é petulante, faço a minha melhor expressão de cachorro abandonado.

O Poder de Um EncontroOnde histórias criam vida. Descubra agora