"Minha vida, meu amor, minha motivação, eles vieram da
Dor!
Você me fez, você me fez acreditar, acreditar"Believer (Imagine Dragons)
Stella
Eu praticamente corro pelos corredores do hospital, não me importo com os olhares curiosos, não é rotineiro uma médica desesperada em um hospital, nós costumamos manter a calma e quando não mantemos fingimos. Desde que atendi o telefonema de Vanessa, eu perdi a calma e a capacidade de fingir, meu coração bate acelerado repleto de angústia e ansiedade.
Paro em frente a porta da CTI, após os procedimentos de higienização, agradeço mentalmente por conseguir a liberação para vê-lo, eu sei que Pietro e o outro médico envolvido na sua situação estão com Pablo, eu poderia esperá-los sairem do quarto, provavelmente estão verificando como Pablo está e as possíveis sequelas, porém não posso esperar, não consigo. Eu posso ter prometido que iria esperar, eu posso ter conseguido uma liberação prometendo que antes de ver Pablo conversaria com os médicos responsáveis por ele, eu menti. Sem pensar nas consequências, eu apenas agi.
Respiro fundo, seguro a maçaneta com minha mão, abro a porta, meu coração acelera, sinto um frio em minha barriga e um aperto em meu peito. Sou percebida assim que abro a porta e entro no quarto, Pietro e o outro médico, Cézar, viram-se para mim, encaram-me confusos e chateados, eu não deveria invadir um quarto de CTI, dou de ombros e sorrio.
— Eu precisava vê-lo.
Pietro aproxima-se, ele está em minha frente, bloqueando a minha visão, não consigo ver Pablo.
— Não é o momento, Stella.
Eu mantenho meu olhar determinado no médico, é o momento sim e eu não vou recuar.
— Quanto tempo, feliz.
Lágrimas acumulam-se imediatamente em meus olhos, meu coração para e então acelera horrores, sua voz é como eu lembro, uma pitada de ironia, mas o carinho está ali. Minha alma é alívio e saudade, não importa que faça apenas alguns dias do nosso último encontro, vinte e nove dias para ser exata, eu sinto sua falta como senti quando ficamos um ano sem ver um ao outro. Pietro suspira, chega para o lado, eu finalmente posso ver Pablo, meus olhos encontram os seus olhos verdes, uma lágrima desce por meu rosto, ele está bem, ele está vivo e consciente.
— Nem faz tanto assim, zangado.
Ele tem uma aparência cansado, fios estão ligados à ele, seu braço direito e suas pernas estão imobilizados por gesso, seus cabelos loiros estão bagunçado, sua barba está por fazer, há olheiras sob seus olhos, roxos por conta do acidente pelo seu rosto, mas continua bonito.
— Um ano.
Surpreendendo-me com sua fala, abro e fecho a boca, viro-me para meus colegas de profissão.
— Não faz um mês do nosso último encontro.
Cézar olha para mim e balança a cabeça, um claro sinal de desagrado.
— Você interrompeu quando estávamos investigando a existência de alguma sequela. — Olha para Pablo— Aparentemente perda de memória.
Viro-me para Pablo, ele olha para mim confuso. É um choque, uma surpresa, ele não lembra do nosso último encontro e dói, não deveria, mas dói. Ele foi especial, diferente de todos os outros. Naquele dia, eu jurei que seria diferente, naquele dia, a esperança bateu em meu peito e eu acreditei que ele finalmente ficaria. Ele não ficou, mas eu tinha esperanças de vê-lo bater em minha porta arrependido, mesmo que ele não tenha meu endereço.
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O Poder de Um Encontro
RomanceSérie O Poder do Amor - Livro 6 Se você nasce para ser um perdedor, não importa os seus esforços, não importa o quanto fuja, você irá falhar e você irá perder. Eu nasci danificado, eu nasci destinado a seguir os passos dos meus pais. Uma vez, eu acr...