O Poder de Um Encontro

Capítulo 25

"Então, querida, querida, fique comigo
Oh, fique comigo"

Stand By Me ( Ben E. King)

Stella

Meu mundo está desmoronando, ruindo, meu coração está estilhaçado, uma dor domina minha alma, dói, é insuportável, lágrimas escorrem por meu rosto, eu deixei o meu amor ir embora, eu cheguei tarde demais. Eu não sabia que poderia doer tanto, é como se alguém estivesse rasgando minha alma e meu coração em pedaços.

— Nós precisamos voltar, senhorita, eu nem deveria ter permitido sua entrada. 

A culpa é minha, eu fiz o que tanto evitei, interferi em nossos destinos, eu preciso consertar a minha besteira, eu irei para Alemanha, eu lutei uma vez e posso lutar novamente. Olho para o grande segurança ao meu lado, ele tem quase dois metros de altura e provavelmente mais de cem quilos. 

— O senhor, por acaso, sabe se eu preciso de visto para ir para a Alemanha?

Encara-me curioso. 

— Eu não sei. — Suspiro, eu posso demorar meses, mas irei para Alemanha. — A senhorita, gosta mesmo desse cara não é?

— Gostar? Gostar, eu gosto de pizza, eu sou completamente apaixonada por Pablo, não há nem palavras existentes para explicar o quanto o amo. — Lágrimas continuam deixando meus olhos, mas meu coração está mais calmo, porque eu não irei desistir, porque eu vou lutar e Pablo estará me esperando, porque ele me ama tanto quanto eu o amo. — Uma pena, eu ter acreditado que ele me ama da mesma maneira, tarde demais. 

— Então, você mudou de ideia. — Meu coração acelera ao ouvir sua voz, viro-me e ali está ele, Pablo está sorrindo à centímetros de mim. Um alívio preenche o meu coração, meu choro torna-se mais inteso. Ele não foi viajar, Pablo ficou. — Eu não podia viajar, feliz.

É como estar flutuando, coração transbordando e minha alma dançando. É o meu mundo entrando nos eixos novamente. 

— Eu fui burra, cega, deixei minhas inseguranças ganhar, mas finalmente, eu entendi. — Minha voz está ridícula por conta do choro, mas não me importo, eu devo explicações e pedidos de perdão para o cara que eu amo. — Eu deixei você ir e por pouco não perdi você, eu cheguei tarde demais. 

Pablo assente, minhas lágrimas continuam descendo por meu rosto. 

— Nunca é tarde demais para amor, principalmente quando esse amor é o nosso destino, amor que está escrito, programado a acontecer. — Eu amo Pablo, aproxima-se, o segurança afasta-se de mim. — Eu estava entrando no avião quando eu percebi o que estava fazendo, eu sei que escolheria você, então por que estava viajando? Foda-se que você pediu, foda-se que você acredita que é o meu destino, eu tenho certeza do que eu quero e eu quero você, eu nunca escolheria entrar naquele avião, meu destino não está na Alemanha, não está em qualquer outro lugar sem você. 

Eu estou transbordando com suas palavras, sentindo o que nunca senti, meu coração está disparado. Pablo e eu estamos próximos um do outro, mas não nos tocamos, eu quero tocá-lo, beijá-lo, mas algo me impede, uma certeza que ainda não é o momento, ainda temos mais a dizer um ao outro. 

— Então, eu voltei e caminhando pelo corredor que liga avião e área de embarque, eu lembrei do nosso décimo segundo encontro, eu lembrei do mês antes do meu acidente. — Meu coração dá um pulo, eu estou ansiosa para suas próximas palavras. — Nosso último encontro foi decisivo, Stella, eu estava deixando você mais uma vez, mas olhei para você deitada na cama do hotel com seu corpo enrolado no lençol e sorri, meu coração estava vivo, respirar estava fácil, viver naquele momento era fácil e prazeroso. Sabe, qual foi o meu pensamento ao olhar para você?