Os dias estão ficando cada vez mais fechados, nublados, esquisitos. Nada me alegra de verdade. Depois de tudo que aconteceu com o Estevão e o pai dele, as coisas estão sendo super superficiais e fechadas para mim. Todo dia uma tentativa nova de continuar de pé, mas também todos os dias estou a um passo de distância do Estevão. Ele anda muito fechado, na dele, não quer conversar, não há mais novidades para serem contadas. Todo esse ritmo está me deixando maluco.
Chegou dia 25 de Junho: um dia para o meu aniversário. Mas isso não é o melhor, mas sim que estamos no começo das férias! Tenho um mês para aproveitar e fazer o que eu quiser, vai ser uma comemoração dupla, meu aniversário e as férias. Porém, estou mais empolgado para as férias, meu aniversário não é o tipo de coisa que eu me intensifico para comemorar, ele apenas... acontece.
Quando dá 00:00 em ponto ouço a campainha de casa tocar. Isso é estranho, mas ao mesmo tempo desconfio de algo. Desço até a porta. E quando a abro, é a Naysha, chorando desesperadamente.
- Pietro, preciso da sua ajuda!!! - ela diz pegando na minha mão e me puxando pra fora de casa.
- Espera aí, Naysha!! O que aconteceu?! - eu fico completamente perdido e meu coração acelera de uma forma absurdamente maluca.
- É o Valter! Ele está passando muito mal dentro do carro! - ela completa com uma voz de choro enquanto vai me guiando até o carro dos pais do Valter, que fica no quintal da casa deles.
- Como assim passando mal?
- Vem comigo!
Ela me leva até a frente da casa do Valter e para na frente do carro, apontando para ele. Eu muito confuso vou me aproximando do carro e abro a porta deduzindo que o Valter está quase morrendo lá dentro, mas...
- Surpresa!!! - todos gritam lá de dentro. Valter, Estevão e a mãe do Valter.
- Ai meu Deus!! - dou um passo pra trás e me agacho no chão tentando recuperar meu fôlego após esse grande susto.
- Desculpa, tentamos pensar em algo melhor, mas não deu muito certo - Valter diz saindo do carro e me abraçando. - Feliz aniversário, cara!
- Feliz aniversário, Pietro! - a mãe do Valter diz saindo do carro com um pequeno bolo em mãos e nele uma vela que formava um "17" acesa em cima.
- Ok, calma aí... - eu continuo ofegante e recuperando meu fôlego. - Nem sei o que falar. Muito obrigado, pessoal.
- Feliz aniversário, carinha - o Estevão diz com um sorriso no rosto e eu fico olhando para ele. - Fizemos de coração.
- Eu sei disso, obrigado - eu solto um lindo e sincero sorriso de volta para ele, e ele me abraça. - Obrigado por terem lembrado, vocês são incríveis.
- Agora... - Naysha tira um isqueiro do bolso e acende a vela que está no bolo. - Pode fazer um pedido e assoprar a vela! - ela diz empolgada.
Eu olho para ela e em seguida para o bolo. Me aproximo dele e tento pensar em algum desejo. Mas naquele momento a única coisa que me vem na cabeça são os sentimentos do Estevão e o quanto todos que estavam ali eram importantes para mim. Observei cada um um antes de assoprar, e vi a felicidade verdadeira no rosto de cada um deles. Então só pedi que todos ficassem bem.
Depois de assoprar, todos bateram palma. Então, fomos para a casa do Valter comer o bolo. Depois de um tempo, quando saímos de lá, ficamos sentados na varanda da casa do Valter. Eu e o Estevão em um banco, Naysha e Valter num balaustre de madeira na nossa frente.
- O que está achando dos primeiros minutos do seu aniversário? - Naysha pergunta e olha pra mim.
- Eu não sei. Só estou gostando de estar aqui com vocês - respondo sorrindo.
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Meu Pequeno Universo
RomanceA vida na pele de Pietro pode ser assustadora em alguns alguns momentos, pois nem todos sabem lidar com a intensidade pessoal. E depois de passar por diversos traumas amorosos, paixões, ilusões, confusões, ele resolve deixar de lado a vida amorosa p...