1. Infância

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Todos nós passamos pela infância e a minha foi bem indescritível, porque sinceramente eu não sei como descrever tudo que vivi quando pequeno, mas não foi nenhum pesadelo.

No 2° ano do Ensino Fundamental, quando eu ainda era bem pequeno, conheci uma garota chamada Luna. Ela era linda! Eu sempre quis conversar com ela, mas sempre tive medo de qualquer rejeição ou desprezo sobre minha pequena pessoa.

Eu sempre fiquei afastado, meu medo de interção às vezes me assustava. Até que no 4° ano tivemos o nosso primeiro contato num trabalho escolar onde tínhamos que dançar em pares e a professora nos colocou como dupla. Me lembro de chegar em casa e ajoelhar em frente a cama para agradecer aquele momento que estava acontecendo, e quando chegou osensaios, eu tive que me beliscar quatro vezes para me certificar de que o que estava acontecendo era real. E no nosso primeiro contato ela puxou assunto:

- Está nervoso? - ela disse me olhando com aqueles olhos pretos e intensos.

- Talvez um pouco, eu não sei dançar - eu falei com as mãos tremulas.

- Eu também não, mas vai dar tudo certo, fica tranquilo.

- Eu espero né? - eu falei, quando fomos interrompidos pela professora que dizia sobre como seria a dança e toda a apresentação.


Um tempo se passou após a apresentação de dança (que felizmente deu tudo certo), eu e a Luna mantivemos contato e sempre caímos na mesma turma. Mas somente no 5° ano escolar que revelamos um ao outro que estávamos completamente apaixonados um pelo o outro. No pátio da escola, enquanto esperávamos os nossos pais chegarem, nos olhamos e revelamos o que sentíamos. Na verdade, com aquela idade era difícil explicar o que seria a paixão, apenas sentíamos de maneira genuína. Decidimos então que estávamos namorando a partir dali. Apenas duas crianças descobrindo o amor.

E antes das férias de Julho, eu e Luna fomos à um passeio escolar, uma exposição de artes. E foi lá que demos o nosso primeiro selinho, foi incrível! Um dos momentos mais incríveis da minha infância. E depois daquilo, começamos a ir na casa um do outro sob a permissão dos nossos pais. Passávamos a tarde inteira jogando videogame, desenhando e assistindo desenhos na TV. 

Mas o ano escolar acabou, tivemos que mudar de escola. Eu ainda estava na esperança de que ela cairia na minha sala novamente. Porém, seus pais decidiram que se mudar e viver uma vida escolar nova em uma cidade diferente faria muito bem à Luna. De alguma forma essa linha de raciocínio fazia total sentido pra eles, mas pra mim aquilo foi como um tiro no peito e me doeu muito. Passei semanas chorando e pedindo para meus pais conversarem com os pais dela, mas meus pais diziam que não tinham absolutamente nada haver com isso e que não podiam impedir.

Então, dias se passaram e foi o momento de dizer adeus. Eu a amava, e ainda acreditava que o destino nos uniria novamente, mas não foi isso que aconteceu. Eu a abracei forte. Ainda me lembro do seu cheiro e do seu olhar intenso que pareciam como estrelas radiantes pela galáxia. E ela se foi, carregando com ela todas nossas memórias juntos.

Perdemos o contato de vez. Mas eu aprendi que pessoas vem e vão na nossa vida e temos sempre que lidar com isso, porque faz parte do nosso amadurecimento pessoal. Dói, é claro que dói, mas quando aprendemos a lidar com isso, tudo passa e é um pouco menos doloroso.

E eu segui a minha vida.

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