36. Fim das férias

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         Algumas semanas se passaram, as coisas não estão fáceis.

         Eu sonhei com o Estevão por alguns dias, não consegui tirar ele da mente, o tempo todo ele estava aqui, de alguma forma.

         Conversei com ele por chamada pouquíssimas vezes, infelizmente ele não está com tempo de me atender, as coisas parecem estar bem corridas por lá. A falta dele me traz insônias e crises de ansiedade, eu não imaginava que seria assim.

         As férias estão bem chatas. Ás vezes saio com meus amigos para algum lugar por perto, ou ajudo minha mãe com as coisas em casa, ou fico deitado assistindo algum filme. Minha animação está definitivamente esgotada.

         Chega a noite, meu celular vibra.

    *Estevão ligando*

         Esse é o momento que eu mais aguardo ao longo dos dias.

- Olá, pequeno grande Estevão! - eu atendo.

- Olá, é... droga, não pensei em nenhum apelido legal no momento - ele responde.

- Precisamos trabalhar nisso.

         Nós rimos.

- Como vão as coisas? - pergunto.

- Por aqui está tudo bem. A casa é legal, estou podendo descansar, mas o que ainda me deixa totalmente neurótico é você não estar aqui pra dividir esse momento comigo.

- Eu digo o mesmo. Você não faz ideia de como as minhas férias estão chatas. Acredita que as férias já estão quase acabando e o meu pai não veio me ver durante todos esses dias?

- Sério?! Por que? Aconteceu algo com ele?

- Provavelmente uma crise horrível de preguiça.

- Eu sinto muito - ele diz e suspira.

- Tá tudo bem. Eu me adapto fácil com mudanças. Quero dizer, menos com a sua mudança.

- Em dezembro estarei aí. Esteja disponível pra mim.

- Só final do ano? Caramba, vai demorar muito!

- É o que eu posso fazer, me desculpa.

         Um silêncio toma conta da chamada.

- Eu tenho que ir - Estevão dá corte ao silêncio. - Depois nos falamos.

         Nessa hora eu só queria pedir pra que ele ficasse, mas não sei como está a vida dele por lá, então não vou cobra-lo assim.

- Tudo bem, vai lá.

- Eu te amo.

Eu suspiro fundo, engolindo seco a vontade de chorar.

- Eu te amo.

*Chamada encerrada*

         Estou morrendo de saudades, Estevão. Por que isso tinha que acontecer? Por que justo com a gente? A vida é realmente difícil de entender.

     

ALGUNS DIAS DEPOIS...

         Meu belo descanso chega ao fim. Não há muito o que fazer, as aulas voltaram.

         Tomo um café da manhã rápido com a minha mãe, não havia muitos assuntos para se preencherem na conversa da manhã. Em seguida, vou para escola sozinho.

         Entro na escola, apertando minhas mãos na alça da mochila. Assim que entro avisto o cartaz de "Baile do fim de ano". É o momento mais aguardado do ano, principalmente pros alunos do último ano escolar.

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