5. Amor não dói (Parte 2)

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Depois desse dia louco e do nosso primeiro beijo, eu e Lucas começamos a ficar cada vez mais próximos. Até que um dia a Naysha me questionou sobre o que estava rolando.

- Pietro!!!

Ela me chama gritando nos corredores da escola, vindo até minha direção.

- Oi doida, diz aí!

- Muitos comentários estão rolando sobre a festa ainda, né? - eu olho pra ela com uma feição de desentendido. - Ok, não vou enrolar, o que está rolando entre você e o Lucas?

- Eu e o Lucas?! - falei dando uma de desentendido e tentando fugir do aassunto. - Ele é hétero, Naysha. Sai dessa.

- Quem é hetero hoje em dia, Pietro?

- Você?

Ela me olha com um olhar de sem graça.

- Ás vezes eu me questiono também, ok? - ela ri, fica em silêncio por alguns segundos e volta a insistir no assunto. - Agora me fala a verdade, por favor.

- Tá... - eu me rendi. - Eu e ele ficamos ontem a noite.

- O QUE?! - ela gritou.

- Fala baixo!

- Desculpa. Mas como assim vocês ficaram? É o primeiro garoto que ele fica?

- Então, aparentemente sim. Mas, não sei se vamos dar certo, ele não sabe se é isso que ele quer. E esse final de semana ele vai pra casa do pai, então não vamos ter contato até ele voltar.

- Relaxa, deixa o tempo administrar isso aí, vai ser legal.

- Eu espero não sofrer desta vez - eu conclui, sem saber que não ia ser bem isso que aconteceria.


Enfim, chegou Domingo. Ele voltou da casa do pai dele à noite, sozinho. Eu estava na calçada de sua casa pronto para recebê-lo, até que o avisto caminhando de uma forma bem estranha pela rua. Eu vou me aproximando e percebo que ele está pálido, fraco e seu nariz estava sangrando. Eu corro para ajudá-lo e ele cai no chão. Eu entro em desespero, tento levá-lo para dentro de casa. Sua mãe aparece depois de alguns minutos, me ajuda e agradece. Eu volto para casa com o coração doendo e sem saber o que fazer e como reagir. Passo a noite em claro até poder vê-lo novamente.

No dia seguinte, vejo ele sentado na calçada, com a luz do sol ao fim de tarde refletindo no seu rosto e vou até lá.

- Lucas! - Me aproximo na intenção de vê-lo melhor. - Você está bem? 

- Oi. É... estou um pouco melhor sim.

Ele me olha e percebo uma pequena mancha roxa no seu olho, como de um soco. Mas preferi não comentar sobre isso, foquei no que aconteceu na noite anterior.

- O que aconteceu ontem a noite? Por que estava naquele estado?

- Eu briguei com meu pai... de novo. E a única solução que encontrei pra lidar com essa chatice toda foi me afundar em um maço de cigarro e muita bebida a madrugada inteira.

- Você tá ficando louco? Como pode fazer isso com você mesmo? Isso não é normal, você sabe do que estou falando!

- Eu vou parar. Foi uma burrice da minha parte, eu sei.

Ele enxuga uma lágrima que cai pelo seu rosto e eu o consolo com um abraço. Em seguida, volto a olhar para ele e continuo:

- Ah, antes que eu me esqueça, queria te fazer um convite especial - ele olha pra mim com um olhar mais leve. - Esse final de semana vai rolar uma festa na casa da minha amiga, eu quero que você vá comigo. Não vamos beber, só sair um pouco. Topa? - digo, na tentativa de animá-lo.

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