Come As You Are

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   P. O. V. Gerard



— Pai? — Pergunto o olhando com receio, ele vai me matar!


— É, esse também é o meu nome. — Ele fita Jamia. — Vem, vou te dar uma carona.


— Obrigada! — Ela me puxa pro carro sem questionar e engulo seco não querendo ficar sozinho com meu pai pra receber o mesmo sermão de sempre.



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Deixamos Jamia em sua casa e ela agradece, retornamos em silêncio pro meu apartamento e eu penso seriamente em me jogar do carro em movimento. Chegamos e ele estaciona descendo, sigo ele até o número da minha estadia, tudo num completo e sufocante silêncio. Ao adentrar ele já começa:


— Onde você estava à essas horas, Gerard? Não estava naquela festa de universitários drogados, estava? — Suspiro entregando tudo.


— Pai, eu já sou de maior e...


— Eu não perguntei sua idade, mocinho. — Ele vem até mim e desvio o olhar.


— Pai, o que foi? — Me afasto tentando não demonstrar que além de bêbado eu estou drogado.


Ele segura meu rosto franzindo o cenho e olhando fixamente nos meus olhos.


— Está drogado, filho?


— Não...


— Não mente pra mim, está ou não? — Ele cerra os olhos e desvio o olhar novamente.


— Não estou. — Suspiro. — Desculpa pai, eu sou um idiota. — Meus olhos já se encontram marejados.


Ele balança a cabeça negativamente olhando pra baixo. Começo a chorar, nem eu sei o motivo de ter feito essa besteira, eu nem precisava daquilo e fiz.


— Um passarinho me contou que você encontrou Frank. — Ele cruza os braços.


— Eu... precisava. — Digo entre soluços. — Pai, mesmo sem me lembrar eu... acho que ainda gosto dele.


— Calma Gee, vai ficar tudo bem. — Ele me abraça e fico mais sentimental chorando como um bebê.


Meu pai me convence à voltar pra New Jersey, vou fazer transferência pra lá e voltar a viver com minha família, é mais fácil eu me recuperar por lá. Vou deixar o maldito Iero pra trás e com sorte isso me ajuda a ficar sóbrio de novo, quem sabe eu arranjo alguém e amigos.

A noite passa e na seguinte eu arrumo minhas coisas me despedindo mentalmente do velho apartamento e dos móveis antigos, vou sentir saudade desse buraco empoeirado e sem vida. Termino de fazer as malas e meu pai me ajuda a levar pro carro alugado, partiremos pra NJ novamente e eu ainda tô meio inseguro com isso. Bert vai continuar com a "mini turnê" pelo país, o The Used está sendo reconhecido e isso vai lucrar pra nós no futuro.

Youngblood - Frerard (Part 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora