O restante das aulas passa como uma eternidade, a vida de um universitário não passa de um tédio — pelo menos a minha é um total tédio.
Sigo pro meu trabalho já suspirando de cansaço em pensar no dia que terei hoje, ser bartender em um lugar tão transitado é realmente cansativo. Ao sair, eu entro em meu carro e passo os olhos pelos estudantes tentando encontrar Gerard — Isso em vão. — mas logo decido que hoje não é um bom dia pra me atrasar.
Quando aceitei esse emprego, foi por precisar de grana e não por concordar com esse uniforme ridículo. Digamos que tenho dois empregos, os dois de bartender, mas a diferença crucial é que em uma noite eu trabalho com roupas e a outra quase sem elas. As pessoas ao meu redor devem se perguntar "como Frank foi se tornar isso?", pra falar a verdade eu também não sei quando exatamente cheguei nesse ponto.
Hoje é dia do emprego ruim, chego na balada pelos fundos e vou logo puxando a bolsa pra frente e enfiando a mão dentro a fim de encontrar o uniforme que consiste em uma calça preta de couro e uma gravata borboleta, ambos peças ridículas. Eu só tolero isso pelo fato de pagarem bem e o chefe ter concordado em não meu dar um "uniforme" com o menor tamanho possível — Assim como os outros garotos que trabalham comigo, mas no caso deles tudo é pior levando em consideração que eles usam um short e não uma calça como eu.
Entro na balada GLS indo diretamente ao banheiro e me trocando, mais um dia passando sufoco com a roupa ridícula e o maldito falso sorriso no rosto. Me apresso logo saindo e me direcionado ao bar já formando um largo sorriso no rosto, Justin sai apressado, provavelmente aliviado por acabar seu turno. Ajeito a gravata e noto os clientes se aproximarem, são cantadas a noite inteira, pedem meu número, me chamam pra sair, isso me incomoda um pouco — Me incomoda muito:
— Ei, gato. — Uma voz embargada chama provavelmente por mim e me viro sem maior animação, meus olhos arregalam repentinamente ao notar a pessoa ali.
— Gee? — Minha voz sai num tom de calma e preocupação ao mesmo tempo.
Gerard sorri visivelmente bêbado, sua voz se encontra distorcida, rosto vermelho e olhos cansados. Ele estende o copo sorrindo:
— Eu vou querer... — Ele demora pra terminar enquanto pensa, mas logo esboça uma expressão maliciosa. — Esse líquido daqui. — Gerard aponta para o meio de minhas pernas e desacredito em sua atitude imprudente.
— Você bebeu demais. — Presumo. — E...
— Ei, vai me atender ou não? — Um outro homem me grita do lado oposto do balcão e sinalizo pra ele esperar.
— E... — Tento continuar mas homem grita novamente e suspiro chamando Diego, o outro bartender. — Me cobre por dois minutos. — Peço e ele assente rolando os olhos.
Dou meio volta no balcão indo atrás de Gerard e tentando ignorar as "alisadas" em meu corpo ao meio de tanta gente perversa, Gee conversa com um homem aleatório enquanto acaricia a coxa do mesmo:
— Vem comigo! — O puxo sem qualquer aviso prévio levando ele para a saída dos fundos e abrindo bruscamente a porta.
— Me solta, idiota. — Ele resmunga se soltando.
— Você veio sozinho? — Pergunto ignorando sua raiva.
— Não te interessa, eu faço o que... — Ele passa os olhos pelo local colocando a mão na boca e encontra o latão de lixo correndo até o mesmo.
Vomita tudo que provavelmente comeu o dia inteiro e cruzo os braços notando seu péssimo estado, Gerard, o que aconteceu com você?
— Droga! — O som de expelir foi substituído por um choro repentino.
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Youngblood - Frerard (Part 2)
Fanfiction||Continuação de Youngblood|| A vida de Frank tomou um rumo inesperado ao deixar Gerard, mas o que fazer quando o amor de sua vida reaparece e faz voltar à tona os sentimentos do passado? Isso se torna ainda mais difícil quando Gerard nem ao menos l...