Home Sweet Home

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    P. O. V. Gerard


Os dias foram se passando e as coisas se normalizando, eu vejo Frank todo dia, conversamos e saímos. Os progressos não tem sido muitos em relação às memórias, mas parece que isso não importa muito pra nós, eu ainda quero recobrar mas com calma. Frank saiu faz uma hora pra ajustar a conta do banco, eu fico na varanda quando estou aqui no apartamento dele, é um lugar muito inspirador pra meus desenhos aleatórios. Uma coisa tem me chamado atenção à uns dias atrás, eu vi uma caixa com algumas cartas antigas do Frank, ele me disse que são coisas velhas e que não tinham mais sentido, mas eu estranhamente me senti atraído por essas cartas e principalmente uma em particular. Essa carta em particular tem um símbolo de um hospital que já foi demolido, é direcionada à mãe do Frank mas ele se recusa a ler. Está sendo bem difícil me concentrar em algo sem pensar na carta, acho que se eu ler ele nem vai saber, mas isso não é da minha conta e ah...

Largo meu caderno de rascunhos e estojo na varanda e sigo pro quarto indo direto ao guarda roupas e pegando a caixa, coloco sobre a cama esperando um sinal negativo pra não prosseguir, nenhum sinal pra me impedir.

Abro a caixa procurando aquela carta, e enfim a-encontro no fundo. Olho para os lados pra ter certeza de estar sozinho e abro com pressa a carta, anexo meus olhos nela e começo a ler; conversa fiada... engano médico... dinheiro pra não processar o hospital... troca de bebês...

Espera... troca de bebês? Arregalo os olhos tirando eles da carta e recobrando meus sentidos, é isso mesmo que acabei de ler?

Volto a ler a carta, Linda... essa é a verdadeira mãe do Frank! Quer dizer que por engano os hospitais trocaram os bebês e Elisabeth não era a mãe biológica dele? Meu Deus...

Escuto o ronco da porta e me viro assustado encontrando Frank me fitando com cara de confuso, o fito ainda desacreditando na carta:



— Frank... — Chamo com certa preocupação na voz.


Frank nota minha expressão apavorada e se aproxima agora sério já levando os olhos à carta na minha mão e a pegando pra ler, engulo seco desviando o olhar.



— Meu Deus, isso aqui... — Ele trava e me desespero imaginando se teria sido melhor ignorar as cartas.


Ficamos um tempo sem dizer nada, não tenho noção do que Frank está sentindo e isso me deixa muito nervoso. Me faz pensar se isso foi o certo a se fazer ou se era melhor ele morrer sem saber.

Logo ele me fita sentido, seus olhos carregam tristeza e medo, me levanto indo direto o abraçar. Ele gruda em mim e começa a chorar em silêncio, apenas retribuo sem saber o que fazer.



— Então... Elisabeth nunca foi minha mãe! — Ele exclama num tom baixo enquanto soluça. — Por isso eu era odiado por ela e pelo meu pai, é culpa minha.


— Não, você não era odiado. — Acaricio seus cabelos. — Eles eram loucos, a culpa não é sua.


Frank me fita ficando com uma expressão quase assustadora, ele arregala os olhos e decide algo de última hora:



— Eu preciso encontrar minha mãe de verdade, nós... podemos ir? — Suspiro, não sei se é uma boa.

Youngblood - Frerard (Part 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora