Stray

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  P. O. V. Gerard



Uma dor muito chata de cabeça me faz acordar e gemo de dor colocando a mão na testa, resultado de uma noite agitada. Os flashback's da noite passada vem à mente e arregalo os olhos provavelmente mais vermelho que meus próprios cabelos.

Me assusto ao notar uma figura encostada na porta a me observar, tomo coragem pra olhar e encontro Frank com o olhar vago sobre mim. Suspiro me sentando, o que eu devo ter na cabeça pra beber, me drogar e fazer isso?



— Tem uma cartela de comprimidos e uma garrafa de água ao lado da cama. — Diz e abaixo o olhar sem saber como me desculpar.


Frank deve estar me odiando agora, e ele tem todos os motivos do mundo pra isso.



— Frank, me desculpa por ontem. — Digo me inclinando pra pegar a cartela e a água. — E obrigado pelos comprimidos.


Engulo os dois remédios seguidos da água. Sem resposta ou uma repreensão compreensível, não me contenho e começo a falar a fim de ter uma resposta ou qualquer coisa:


— A verdade é que eu nem sei o que deu em mim, eu estava... — Frank me interrompe.


— Você estava drogado, não é? — Ele cruza os braços franzindo levemente o cenho.


Eu poderia negar e dizer que estava totalmente sóbrio, e que eu só estava a fim de transar com Frank. Bem que poderia inventar mil histórias pra acabar aqui, mas não tem como eu enganar o Frank, ele sabe exatamente como alguém drogado age, infelizmente ele sabe.



— Eu não pensei em nada, eu sou um idiota. — Abraço minhas pernas olhando um ponto invisível na parede do quarto.


— Como pensa que vai assim pra Irlanda? Sua família não vai gostar de ter que ir buscar seu corpo tão longe. — Frank diz e percebo um tom choroso em sua voz, seus olhos marejam ao dizer.


Como ele sabe da minha viagem? Será que eu acabei contando quando estava drogado? Não importa, isso tudo é pra não ter que passar por noites assim. Quando eu for, não vou precisar mais de drogas, nem bebidas.



— Isso não vai mais acontecer. — Respondo. — Eu só preciso me afastar de tudo isso e ter um recomeço.


— Como eu sei que não vai acontecer mesmo? Eu demorei muito pra conseguir parar, Gerard. Isso não é uma brincadeira. — Frank balança a cabeça negativamente e caminha até mim. — Eu suportaria qualquer coisa, menos te perder, Gee.


Alguém bate na porta atrapalhando nosso diálogo, Frank sai do quarto e percebo sua leve dificuldade de andar em postura, eu fui muito bruto noite passada...

Bert adentra o quarto com o maior sorriso do mundo e sua mão ereta como se ela fosse um prêmio, fico sem entender.


Youngblood - Frerard (Part 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora