Free Bird

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   Me lembro da primeira vez que Gerard cuidou de mim, me encontrou em um canto da rua e me levou pra sua casa, nem me conhecia direito. No começo a minha intenção era apenas escapar dele, de todo o carinho que ele estava destinado a me proporcionar.

Levanto meus olhos para Gerard, ele me deitou em seu colo enquanto limpava meus machucados, observo sua beleza hipnotizante. Agora com os cabelos vermelhos o seu rosto parece um pouco mais maduro, os olhos de um garoto estão agora se tornando em olhos de um homem, é estranho ter perdido essa transformação dele. Seus lábios continuam os mesmos, mais atrativos do que nunca, já seus olhos... Eu nunca consegui comparar seus olhos à algo, nada chega a altura deles, é como se essa fosse a cor exclusiva somente deles.

Gerard solta uma risada ainda limpando os machucados deixados por Bert, sorrio mesmo sem saber o motivo:

— Por que está quase babando no meu colo? — Ele traz seus amados olhos aos meus.

— Sua beleza...

— Então aquela garota é a sua nova namorada? — Gee visivelmente troca de assunto.

— Não, na verdade eu não estou à um bom tempo afim de algo sério. — Respondo e ele vai finalizando seu trabalho. — E você? Tem alguém?

— Eu? C-claro que tenho. — Responde ficando nervoso.

— Aé? Qual o nome?

— É... Geoffrey. — Ele diz não me convencendo e rio. — O que foi?

— Você se lembra de algo do passado? — Vou parando de rir.

— Algumas coisas, bem poucas. Eu tenho vagas memórias de você, de nós. — Gerard guarda os remédios na caixa e me levanto sentando.

— Não consegue se lembrar de algo maior? Não sabe mesmo o motivo de eu ter ido embora?

— Ninguém me diz qual era o problema, todos me diziam que você era ruim pra mim mas não tinha um motivo estampado. — Gerard me encara. — Por que todos me dizem pra ficar longe de você?

Eu não sei o porquê de você não escutar eles, tem idéia de que ainda é meu grande amor? Eu sou uma pessoa ruim pra você, nosso passado foi complicado e eu acho que somos melhores separados — Mesmo eu te amando incondicionalmente.

— Esquece, você deveria escutar sua família. — Viro o rosto quebrando o contato visual. — Eu não era uma boa pessoa, digamos que eu desde o começo vim com defeito.

— Defeito? Nós brigávamos muito? — Pergunta e me levanto saindo do quarto.

— Não brigávamos muito. — Respondo sendo seguido pelo cabelos de fogo.

— Frank, sabe como é acordar e ter perdido um ano inteiro com um branco na sua cabeça? — Gerard para me fazendo virar.

— Vai por mim, a parte em que apareço é melhor ser esquecida mesmo.

— Não, eu faria de tudo pra me lembrar. — Seus olhos começam a lacrimejar. — Desde o dia em que acordei no hospital eu me sinto incompleto, um pedaço de mim falta e isso não me deixa dormir. Então não me diz que é bom esquecer qualquer parte da minha vida, eu tenho o direito de saber o que aconteceu comigo.

É, no final de tudo Gerard tem razão. Não tenho a menor idéia de como deve ser acordar sem uma parte da sua vida, acordar e todos omitirem coisas sobre você mesmo, como agir depois de ser apagado como um desenho borrado?

— O que quer que eu faça? — Me rendo à seu pedido.

— Quero que me conte sobre desde que nos conhecemos, tudo o que aconteceu comigo. — Ele pede.

Youngblood - Frerard (Part 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora