P. O. V. Gerard
Minha cabeça dói como nunca. Foi tudo como um clarão repentino, tontura e logo um tiro recheado de lembranças. Frank indo embora, essa foi a lembrança que mais me machucou ao recordar. Sinceramente, eu preferia não me lembrar.
Não sei dizer se é apenas coisa da minha cabeça, mas eu sinto meu coração se apertar ao notar ele do meu lado na cama, e ainda mais ao lembrar da noite anterior. Por que ele insistiu em mim? Por que ele voltou? Eu havia me apaixonado por ele novamente e isso é o que mais me dói. Sem reação, sem sentimento fixo.
Noto seus movimentos inócuos e puxo a coberta até a altura do peito, ele mexe em seu despertador e logo se vira à mim. Meus olhos mantém-se vidrados em sua figura serena, ele sorri mas sou incapaz de retribuir qualquer jeito afetuoso.
— Então você voltou, Frank? — As únicas palavras que consigo pronunciar.
Ele desmancha o sorriso parecendo me analisar, me mantenho inquieto e sem saber como reagir. Não me sai da cabeça ele indo embora, me deixando ali, desolado. Ignoro minha própria pergunta que Frank não se pôs a responder, talvez por ser óbvia em demasia:
— Eu... — Meus olhos lacrimejam estragando minha inquietação e me levanto procurando pelas minhas roupas. — Eu vou voltar pra casa.
Vou pegando as minhas roupas enquanto luto contra a minha vontade imensa de chorar, tudo ao meu redor parece ter evoluído, menos eu. Eu só quero voltar pra casa e vegetar lá, não quero ficar perto dele.
Coloco minhas roupas na maior pressa possível e saio do quarto sem dizer mais nada. Escuto algumas palavras como "por favor" e "espera", mas finjo não ter escutado e saio do apartamento já me entregando ao choro. Termino de colocar meu tênis e entro no elevador sentindo frio por esquecer minha jaqueta no apartamento de Frank, maldição! Coloco a mão no peito sentindo o mesmo palpitar e as lágrimas descerem descontroladamente por meus olhos. Eu devo estar horrível, eu não consigo parar de chorar e de me sentir assim, como um cubo mágico todo embaralhado.
A porta do elevador se abre e engulo o choro tomando um baita susto com a porta abrindo, de repente um homem entra, lembro de reconhecer seu rosto de algum lugar. Seco minhas lágrimas e me viro ficando de costas pra ele:
— Gerard? — Ele me chama e limpo a garganta antes de responder.
— B-Brendon... — Limpo qualquer resquício de choro em minha cara e me viro sorrindo fraco. — Como vai?
Ele se atenta à mim e arqueia uma sobrancelha, permaneço sem entender sua expressão e ele se pronuncia quebrando o clima:
— Você estava chorando? O que houve? — Ele pergunta ousadamente e suspiro.
— Coisas da vida. — A porta se abre para o térreo, sorrio fraco pra ele e saímos.
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Youngblood - Frerard (Part 2)
Fanfiction||Continuação de Youngblood|| A vida de Frank tomou um rumo inesperado ao deixar Gerard, mas o que fazer quando o amor de sua vida reaparece e faz voltar à tona os sentimentos do passado? Isso se torna ainda mais difícil quando Gerard nem ao menos l...