The Only Hope For Me Is You

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     P. O. V. Frank


Abro os olhos, meu corpo mais cansado do que nunca. Encaro o teto e começo a chorar, lembrar de tudo o que aconteceu e a coragem de levantar e seguir em frente vai para o espaço. Eu vi ele... ele morrer, o amor da minha vida.

A culpa é toda minha, eu não deveria... eu trouxe ele pra esse mundo sombrio, que se paga dívida com seus sonhos. Eu matei ele, eu acabei com tudo e a minha família deve me odiar agora. Meu filho vai perguntar onde está o seu papai, o que eu vou responder? Eu não consigo.

Está sufocando e eu nem sei onde estou, não me preocupo em saber. Eu só quero um tempo pra chegar a uma conclusão, digerir isso tudo... Mas é tão difícil, saber que nunca mais vou ver ele. Não sei se um dia eu vou superar isso, dói tanto que abaixo dos meus olhos não suportam mais lágrimas, aquele sentimento de incapacitação e tristeza.

Quando noto a minha estadia, percebo estar em uma sala toda branca, com aparência de uma enfermaria. De repente, a porta do quarto se abre e de lá surge uma enfermeira, me sento a encarando:



— Senhor Iero, certo? — Ela analisa o prontuário em suas mãos.


— Eu já sei, não quero escutar outra vez. — Me levanto apressado e ela tenta me impedir.


— O senhor precisa fazer alguns exames, desmaiou ontem e...


— Eu só quero ir pra casa, por favor... eu quero ver meu filho e... e dizer pra ele. — Choro desesperado novamente.


— Sua família está aqui, pode me acompanhar mas tem que prometer fazer os exames, tudo bem? — Ela me pede olhando em meus olhos e assinto.


Família, com certeza eles estão por ele e não por mim. Afinal, por minha causa, eles perderam alguém muito importante e especial. Eu nunca vou me perdoar por isso.

Caminho com ela até onde ela diz estar a minha respectiva família, milhões de desculpas na minha cabeça, qual delas devo usar? Dizer que sinto muito? Que eu não tinha idéia de que fariam isso? Ao trazer meus pensamentos para o agora, noto que todos estão na sala de espera com as caras mais emburradas do mundo.

Sigo agora sozinho pra perto deles, o medo toma conta de mim, não mais do que a tristeza. Hanna percebe minha aproximação e se levanta frenética, corre até mim e me abraça. Fico imóvel, eu estaria sendo hipócrita se retribuísse o abraço? Afinal, Gerard está morto e por minha culpa. Um estado de choque me consome:



— Querido, como você está? — Ela me pergunta chorosa e não consigo responder.


— Os familiares de Gerard Arthur Way Iero? — Um médico chama nossa atenção.


— Somos nós. — Donald se levanta olhando o doutor.


— Seu estado é estável, mas ele precisa descansar. — O doutor diz.


Estável? Então... então Gerard está vivo? Ou é um sonho? Todos comemoram felizes, sequer consigo me mexer. Meu corpo como uma máquina de lavar, tremendo. Eu não perdi o amor da minha vida, ele está vivo! Meu marido está vivo. Choro em silêncio sem saber como reagir, não encontro Miles entre eles, me desespero:

Youngblood - Frerard (Part 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora