Beca nunca se levantou da cama tão rápido, às 5:47 da manhã ela já estava de pé disposta a enfrentar qualquer que fosse o monstro que insistisse em lhe assombrar. Sem muito pestanejar ela aceitou o chá que sua avó preparou, sabia que o tempo que ela gastaria discutindo sobre não estar com fome poderia aproveitar sendo útil. Na intenção de reprimir o sentimento de impotência, ela tenta provar sua utilidade a cada instante, buscando um escape para os pensamentos que a corrói por dentro.
Mas o sol nasceu, como em toda manhã. E Rebeca não esperaria sentada que as coisas acontecesse ao seu favor. Na noite passada, ela ligou para o Adam e explicou o que aconteceu justificando sua ausência no trabalho, ele se ofereceu para ouvi-lá e se disponibilizou para qualquer ajuda. De certa forma, ela se sentiu melhor colocando seus sentimentos para fora mesmo que fosse com alguém que ela não tenha tanta intimidade.
Assim que o táxi estacionou em frente ao hospital, seu coração se apertou.
- Vai ficar tudo bem. - sussurrou para si mesma.
Logo após pegar informações na recepção ela foi direcionada para o quarto onde sua mãe estava, encontrou seu pai dormindo em uma cadeira preta ao lado da cama, e então seus olhos se direcionaram à sua mãe que respirava com ajuda de aparelhos, não suportando mais Beca chorou. Chorou por ver a mãe tão pálida e fraca.
Ane acordou com o som dos soluços da filha, reuniu toda a força do corpo e tirou o aparelho respiratório do rosto. E sussurrou um: "Está tudo bem filha". Rebeca olhou para a mãe e a abraçou chorando ainda mais, porém o momento foi interrompido por uma enfermeira que informou que Amélia teria que fazer alguns exames. Com uma despedida rápida Rebeca saiu do quarto.
Em meio a inquietação de Beca no corredor do hospital, ela sente algo vibrar no bolso da calça jeans com toda a correria que estava acontecendo ela tinha esquecido que carregava o celular que precisava urgentemente de uma carga de energia. Ao retirar o celular do bolso viu que se tratava de uma ligação de suas amigas, hesitante ela atendeu.
- Oi - Tentou soar o mais normal possível, não queria que suas amigas se preocupassem com os seus problemas.
- Você está bem? O Cooper veio nos perguntar se tínhamos notícias suas, ele parecia preocupado. - Ouviu Megan dizer do outro lado da linha.
Mesmo exausta com tantos acontecimentos ela explicou o que aconteceu, não poderia fugir da realidade por muito tempo.
Joshua estava inquieto com seus pensamentos, depois de conversar com Megan e Emma ele ficou ainda mais preocupado. Elas logo ligaram para Beca que passou o endereço do hospital e assim que as aulas terminassem iriam passar lá. Quando Elisa ficou doente, Joshua passou grande parte dos seus dias no hospital e todo o cansaço físico e mental era aliviado com a presença de seus amigos. Talvez com a Rebeca fosse ser da mesma maneira, Joshua torcia para que realmente pudesse ajudar.
Assim que as aulas chegaram ao fim, as meninas e Joshua pegaram o primeiro táxi e foram de encontro a amiga. Ao chegar no hospital já avistaram de longe Rebeca em um vestido azul com um coque frouxo no cabelo. Cada vez que se aproximava ficava nítido sua expressão de cansaço, Emma e Megan a abraçaram e Josh não deixou de notar o esforço que Beca fez para não desmoronar em lágrimas. Ele sabia o que ela estava sentindo e desejou com todas as forças que o fim dessa história não fosse trágico como a dele.
Quando o abraço se encerrou os olhos de Rebeca encontraram os de Josh, ela sorriu constrangida e sussurrou um: Oi.
- Viemos aqui para dizer que estamos com você, e que tudo ficará bem. - Emma falou em nome de todos.
- Obrigada. - esboçou um sorriso.
Catarina veio correndo gritando pela prima, como se o mundo estivesse prestes a acabar.
- Rebeca, o tio disse que o médico já virá falar com a gente sobre o quadro da sua mãe, e ele pediu para te chamar.
Rebeca não se moveu, perdida em seus pensamentos e nas diversas possibilidades que estava por vir. Pressentindo seus pensamentos Joshua se aproximou:
- Ei, vai ficar tudo bem! - Pegou em sua mão a tirando de seus devaneios. - Você vai ver.
Ela concordou com a cabeça e todos seguiram para a sala de espera. Não demorou muito para o médico aparecer, e todos ficaram ao seu redor para ouvir o que tinha a dizer.
- O fato dos remédios não estarem fazendo tanto efeito colocou Amélia em primeiro lugar na fila de transplante, a paciente está estável mas não temos tanto tempo para fazer o transplante. - O médico fez uma pequena pausa. - Entretanto, recebi notícias de que temos um doador.
- Quer dizer que minha mãe vai ficar bem?- perguntou Rebeca com os olhos marejados.
O médico afirmou com a cabeça, e todos comemoraram.
- Eu falei que ela ficaria bem. - Joshua disse sorrindo.
Impulsivamente Beca o beijou, um beijo rápido mas suficiente para a deixar corada. Em meio a tantos abraços e felicitações ninguém parecia ter notado. Seus corações se agitavam e nada poderia estragar esse dia.
A noite não tardou a chegar, Joshua seguiu para casa pensando no beijo de Rebeca. O mundo parecia ter ganhado cor, os poucos segundos o trouxe sentimentos que jamais sentira por ninguém. Era cedo para dizer o que aquilo viria a significar mas aquela garota parecia ter sido retirada de um livro, e ele precisaria a beijar novamente para ter certeza de que ela é real.
Com um papel e uma caneta na mão ele escreve uma melodia, tudo se tornou possível e então o céus e as estrelas se tornaram poesias que o vento o sussurrava.
Adivinha quem voltou na maior cara de pau depois de séculos sumida?Estive com um bloqueio criativo muito grande, mas tô de volta.❤️
Obrigada pelos comentários eles me motivaram a não abandonar está história.
Mas e aí o que vocês acharam da atitude da Beca?
Eu amei, quero ser igual ela quando crescer.
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Os opostos nem sempre se atraem.
RomanceA vida nem sempre é justa veja bem: Josh é um bom garoto, mora em uma das casas mais luxuosas de Vancouver. Seus pais são grandes advogados e provavelmente Josh também será. Beca mora em uma casa simples nos subúrbios da cidade, graças à noites...