Rebeca estava sentada na sala, assistindo um filme com os pais, como sempre tiveram o costume de fazer nas tardes de domingo. Assim que o filme chegou ao fim, ela pegou o controle remoto que estava ao seu lado e desligou a televisão. Ela respirou fundo e ficou revisando em sua mente o que diria para os seus pais. Ontem Rebeca havia decidido contar aos pais mesmo que não conseguisse a vaga, mas como seu Henry estava resolvendo alguns detalhes sobre o antigo trabalho, ela resolveu contar apenas hoje.
— Preciso contar algo a vocês, e espero que não fiquem chateados comigo. — Seus pais concordaram com a cabeça para que ela prosseguisse. — Eu fiz uma entrevista de emprego, porém não sei se serei aprovada.
Seus pais a olharam com espanto, sem entender ao certo o que ela estava falando.
— Explique melhor essa história Rebeca. — Respondeu calmamente a mãe.
Rebeca contou para os pais sobre o seu plano, e a oportunidade de emprego. Deixando em oculto a parte de Joshua, e a fuga da escola. Seus pais escutavam atentamente cada palavra, e é nítido que Henry tenta se segurar para não interromper a filha com algumas perguntas. Ane e ele sempre foram diferentes, Ane sempre muito calma já Henry é desesperado com tudo o tornando um tanto dramático em lidar com as situações do seu cotidiano.
— Definitivamente você não pode trabalhar! — Henry é o primeiro a se pronunciar. — Não mesmo, além de atrapalhar seus estudos. Sua mãe precisa de você aqui em casa. E também não sei se conseguirei um emprego, e talvez precisaremos voltar para Weston.
Ane concorda com o marido, fazendo Rebeca bufar.
— Pai, com nós dois trabalhando podemos pagar alguém para cuidar da mamãe, e eu consigo cuidar de tudo. — Diz convicta. — Eu não quero voltar para Weston, então se eu for aceita me dê essa oportunidade de provar que estou pronta.
Assim que Henry abriu a boca para contrariar a filha, Ane o interrompeu:
— Iremos deixar, Rebeca. — Ela sorriu vitoriosa, e fez uma dancinha engraçada. — Mas, se o seu rendimento escolar abaixar você irá abrir mão do emprego, sem pensar duas vezes. Estamos entendidas?Ela concordou com a cabeça, e abraçou os pais feliz. Agora tudo que ela precisava era receber um Email com sua aprovação.
Joshua estava tocando piano no salão, quando seus pais adentraram a casa entretidos em seus aparelhos celulares, que sempre usam como ferramenta de trabalho. Eles passaram pelo filho e sem nem ao menos notar sua presença subiram as escadarias. Josh nunca conseguiu se acostumar com a rotina dos pais, férias não era algo comum para eles. E agora mais do que nunca as coisas estão difíceis para Joshua, desde que Dylan se mudou ele se sente mais só do que nunca. Mesmo com todos os desentendimentos com o irmão, eles sempre estiveram juntos enfrentando a solidão.
Mas agora Joshua não tinha ninguém para se refugiar, ele está completamente sozinho. E não há ninguém para cuidar das feridas do seu coração. E toda a sua riqueza não pode nem mesmo evitar a morte de sua irmã, assim como também não pode mudar tudo que acontece em sua vida. O som das pisadas descendo as escadas, tira Joshua de seu devaneio e só então ele percebe há lágrimas em seu rosto, com as costas da mão ele seca suas bochechas e antes que vejam seu estado vulnerável, Joshua se levanta e caminha em direção ao elevador ficando de costas para Joana que com seu espanador limpa a digníssima pintura da família Cooper pendurada na parede.
Quando chega em seu destino, Joshua caminha pelo terraço observando a visão privilegiada daquele lugar, ele senta em uma cadeira de praia e fecha os olhos sentindo os pequenos raios de sol sobre seu rosto. Após um tempo sentindo o aroma da tarde de domingo, Josh é surpreendido pela visita de seus amigos. Que como sempre pareciam adivinhar quando ele precisa de campainha.
— Tem um barzinho aqui perto e toda noite tem Karaokê, ouvi dizer que várias meninas bonitas frequentam ele, poderíamos ir lá. — Comenta Luke assim que chegam na sala.
— Você sabe que Josh não se sente bem em lugares como este. — Comenta Matt se sentando no sofá da sala. — Além do mais, não temos sorte no amor e o que faríamos lá? beberiamos refrigerante?
Joshua que até então estava pensativo, resolveu entrar na conversa:
— Acho que seria interessante. — Seus amigos o encararam perplexos e Luke sorriu vitorioso.
— Sexta-feira então? — Luke perguntou e seus amigos concordaram.
Rebeca estava na sala lendo um livro qualquer, enquanto seu pai conferia algo no celular. Os dois foram interrompidos com um grito da mãe, sem pensar duas vezes correram. Suspiraram aliviados quando avistaram Ane sentada lendo algo no computador. Desde que a doença de Ane se agravou, eles passaram a ter esse costume. Mas desde que iniciou os tratamentos em Vancouver, as crises deixaram de ser frequentes.
— Chegou um Email para você. — Diz Ane ofegante encarando a filha.
Rapidamente Beca se aproximou da mãe, e começou a ler o que dizia. Um largo sorriso se estendeu em seu rosto, e assim que lágrimas começaram a se formar, seus pais a abraçaram contentes. Não era apenas o primeiro emprego de uma adolescente, mas sim uma garantia não só que seu sonho de ter um ótimo ensino mas também que sua mãe pudesse seguir o tratamento e não precisasse sofrer pela doença. Agora tudo que Rebeca precisa é que seu pai consiga logo um emprego fixo.
O abraço foi interrompido pelo toque do telefone, Henry depositou um beijo na testa da filha e caminhou em direção à cozinha. Minutos depois voltou com um sorriso no rosto, deixando Beca e Ane curiosas.
— A família Parker está vindo para cá. Isso pede uma comemoração. — Todos se alegraram.
Rebeca já estava com saudades da família, desde que se mudou para Vancouver não teve muito contato com eles. Mal podia esperar para abraçar todos, e desfrutar de uma comemoração simples porém que promete muitos risos e conversas espalhadas por toda a casa.
Até que enfim uma notícia boa.
Não é mesmo?Se gostarem já sabe o que fazer❤
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Os opostos nem sempre se atraem.
RomansaA vida nem sempre é justa veja bem: Josh é um bom garoto, mora em uma das casas mais luxuosas de Vancouver. Seus pais são grandes advogados e provavelmente Josh também será. Beca mora em uma casa simples nos subúrbios da cidade, graças à noites...