Capítulo Doze

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Não sei quanto tempo havia se passado, mas não tive coragem para voltar até aquela casa. E achei a companhia de Trovão bem mais agradável do que da minha mãe. Pelo menos ele não ficava me acusando, ou jogando na minha cara ò quanto eu era um fracasso.

_ De todos os lugares prováveis para te encontrar, esse seria o último! _ Pedro aparece de repente já vestido de terno,e impecavelmente lindo.

_ E por que você acha isso?, Trovão e um ótimo ouvinte!... apesar dele estar mais interessado nas cenouras do que nas minhas lamúrias. _ Dou um sorriso triste.

_ O que aconteceu para você estar  assim, Helena! _Pedro pergunta erguendo meu queixo e fazendo ò encarar.

_ Minha mãe como sempre!... dizendo as verdades,da qual eu não quero ouvir, mas dá qual eu sei que ela tem razão ! _Digo com a voz embargada.

_ Ela não tem razão em nada Helena!...., você é uma mulher maravilhosa, e o cara que conquistar seu coração vai ser o homem mais sortudo desse mundo! _ Ele diz segurando meu rosto entre suas mãos.

E como eu queria dizer que esse cara sortudo era ele, e que eu faria de tudo para que ele me amasse.

_ Agora vamos lá!..., Elisa e Zeca precisam de seus padrinhos,.... Então coloca um sorriso lindo neste rosto,e vamos testemunhar a felicidade daqueles dois! _Pedro comenta, segurando minha mão e me levando até a capela da fazenda. 

A pequena capela estava lotada com a presença de tantas pessoas, e até mesmo a indesejável da Valéria e seu irmão estavam presentes. Pedro e eu ocupamos nossos lugares no altar junto de Zeca, que estava uma pilha de nervos andando de um lado para o outro.

_ Ei cowboy!...E melhor se acalmar antes que você tenha um treco, e acabe com o casamento!_ Brinco com Zeca numa tentativa de acalma -lo.

_ E isso mesmo primo!..., você é capaz de pegar um touro a unha, não pode estar tão apavorado assim por estar se casando! _Pedro comenta zoando com seu primo.

_ Quando chegar a sua vez, vamos ver se estará tão tranquilo assim! _ Zeca afirma, parecendo um pouco mais calmo.

_ Você já pode relaxar meu amigo, sua noiva acaba de chegar! _ Digo,fazendo ele olhar para a porta da capela, aonde Elisa está parada de braços dados com seu pai e mais do que nunca.

E posso dizer que não existia cena mais bonita do que ver o sorriso resplandecente de Elisa e Zeca olhando um para o outro. E não teve aquele que não acabou chorando diante dessa cerimônia tão linda.E naquele momento eu estava feliz por meus amigos.

_ Parabéns minha querida amiga!... você merece essa felicidade toda! _Afirmo, abraçando Elisa.

_ Obrigada Helena,...Sei que um dia você também vai viver esse momento! _Elisa comenta,mas eu sei que isso nunca irá acontecer comigo.

A festa no galpão estava muito animada,o jantar foi regrado com um bom churrasco e comidas típicas da fazenda e muita cerveja. Muitos casais dançavam embalados pelo ritmo sertanejo e um bom vanerão . Enquanto eu estava sentada com meus pais numa mesa, ouvindo minha mãe fofocando com a mulher do padeiro, dizendo que provavelmente o próximo casamento seria o meu e de Pedro, e infelizmente isso nunca iria acontecer. 

E dês que baile havia começado eu apenas dancei uma música com meu pai, e agora estava tomando um belo chá de cadeira, já que Pedro estava fazendo companhia para seus pais e os de Zeca que vieram para o casamento.Eles moravam na capital para cuidar do frigorífico da família,e dês que o avô de Pedro e Zeca faleceu os dois assumiram a administração da fazenda.E o motivo para eu não estar lá com Pedro, já que sou sua namorada é que sua querida mãe não vai muito com minha cara.Eu sei que ela sempre quis que Pedro se casasse com Valéria, e hoje mais cedo quando Pedro disse que nos dois estamos juntos, eu vi a decepção estampada em seu rosto. E agora estou aqui descontando minha raiva no arranjo de flores da mesa, enquanto vejo Valéria conversando alegremente com a mãe de Pedro , como se ela ainda fosse sua namorada.

_ Ainda está em tempo de mudar de ideia e aceitar minha companhia! _ Escuto um voz vindo do meu lado, então vejo Caio ocupando o lugar de Pedro.

_ Vou ter que dispensar,.... pois eu já tenho namorado! _ Digo o ignorando.

_ E aonde está seu namorado?....,a sim me lembrei!, está lá babando pela minha irmã e ignorando completamente sua presença.

_ Caio ,porque você não vai jogar seu charme barato pra cima de outra garota e... me deixa em paz!  _Digo perdendo a paciência.

_ Por que nenhuma aqui é tão interessante como você! _Ele comenta, chegando mais perto e tocando minha mão que está sobre a mesa.

E eu tinha quase certeza que esse súbito interesse de Caio por mim,era apenas um jeito de me afastar de Pedro,deixando assim o caminho livre para Valéria.

_ Eu acho que esse lugar é meu !_Pedro aparece de repente,e encara Caio com cara de poucos amigos.

_ Claro Pedro!...,eu só estava cumprimentando Helena _ Caio dá um sorriso amarelo,e vai embora.

_ Eu disse, que era para você ficar longe daquele idiota do Caio!...,o que as pessoas vão pensar se verem minha namorada de conversa com o maior galinha da cidade! _Pedro comenta, me encarando com aqueles olhos castanhos.

_ O mesmo que vão pensar, ao ver você e sua mãe dando mais atenção a sua ex, do que a mim sua namorada!..., Ah! Como eu sou esquecida...,eu não sou a sua namorada de verdade! _ Digo sendo irônica e vendo Pedro engulir em seco.

E mesmo antes de que Pedro possa dizer algo, Elisa aparece me arrastando com ela para o meio do salão para finalmente jogar o tão desejado buquê.

As garotas se aglomeravam perto do palco, enquanto Elisa as  enganavam com falso arremessos.Enquanto eu fiz questão de ficar parada num canto, não pretendia me matar por causa de um buquê.Pois tinha quase certeza que nem assim eu casaria, não com o cara de quem eu realmente era realmente apaixonada.

_ Está pretendendo pegar o buquê Helena, e quem sabe assim ter uma chance de se casar com Pedro _ Valéria aparece do meu lado com aquele seu sorrisinho cínico.

_ É você não está tentando a mesma coisa!..., já que desperdiçou a chance disso acontecer a um ano atrás!..., acho que neste jogo eu estou em vantagem! _Eu revido, vendo seu sorrisinho desaparecer.

Eu não estava com a intenção de pegar este buquê, mas agora não ia dar esse gostinho para essa víbora. Por isso que quando Elisa arremessou o buquê na minha direção,apenas ergui minhas mãos esperando pelo meu prêmio da vitória, até sentir alguém me empurrando e não ver mas nada a não ser o chão, e uma dor insuportável no meu tornozelo.

Se esse era o dia mais feliz na vida de Elisa, o meu era o verdadeiro pesadelo!
       "🌷💔🐎"

E se fosse Verdade?Onde histórias criam vida. Descubra agora