E se fosse Verdade?

Capítulo Vinte

Chego em casa e me deparo com minha mãe na sala, assistindo um dos seus DVDs de músicas antigas.
E ouvir Brian Adams cantando Hevan naquele momento não ajudou em nada, pois me fez lembrar de quando eu e Pedro tivemos aquele dia maravilhoso na cabana.E constatar que aquilo também foi uma grande mentira, me fez chorar novamente, e isso acabou chamando à atenção da minha mãe.

_ Helena!... você não iria passar o dia na fazenda? _ Ela indaga, mas eu não consigo responder nada. Então apenas vou ao seu encontro e à abraço como a muito tempo não fazia.

Pensei que talvez ela fosse questionar oque estava acontecendo, mas ela apenas me abraçou de volta sem dizer nada. E aquilo era tudo que eu mais precisava , ter o carinho da minha mãe como a muito tempo eu não tinha.

Depois que consegui me acalmar, contei o que havia acontecido e já estava preparada para o sermão que veria de Dona Magnólia.Mas não foi isso que aconteceu, ela não esboçou nenhuma reação, apenas me disse para ir descansar e que o tempo se encarregava de dar rumo a tudo.

Não pensei nem duas vezes em seguir seu conselho, me enfiei no meu quarto e tentei esquecer oque havia acontecido.Mas isso foi algo totalmente impossível, pois meu celular não parava de tocar com várias chamadas e mensagens de Pedro, das quais eu não atendi e nem li nenhuma. Então acabei desligando o celular, e assim me isolando do resto do mundo, pois acabei ficando mais de dias trancada naquele quarto.Ignorando completamente as inúmeras vezes que meus pais insistiram para que eu saísse, e deixasse de fugir dos meus problemas.
Mas,eu não tinha força para isso, e também não estava me sentindo bem, acho que meu estado emocional abalado acabou prejudicado minha saúde. Já que estava sentindo alguns sintomas estranhos,do qual eu nunca havia sentido antes, tudo isso por ser uma idiota e acabar me apaixonando por meu amigo.

Depois de tantas ameaças do meu pai,que disse que me levaria a força para o hospital caso eu não saísse daquele quarto, resolvi voltar para minha realidade. Tudo que eu menos queria, era tem o grande azar de cruzar com Mateus no hospital e me sentir ainda mais um lixo.
Então tratei de levantar daquela cama e tocar minha vida, mas assim que meus pés tocaram o chão , meu estômago resolveu dar sinal de vida.O pouco que eu havia comido se revirou dentro dele resolvendo sair, mau consegui chegar ao banheiro e botei tudo pra fora.Nunca havia sentindo um enjôo tão forte como aquele, nem da vez que eu e Elisa resolvemos dar uma volta na montanha -russa depois de lanchar , quando fomos na feira que aconteceu aqui na cidade.

Eu realmente não estava no meu estado normal, pois assim que senti o cheiro do café vindo da cozinha,tive que correr para o banheiro novamente.Comecei a ficar apavorada, imaginando que poderia estar com uma doença grave. Não perdi tempo e fui pesquisar no Google, colocando todos os sintomas que estava sentindo, e quase cai de costa quando vi os resultados. Quase todos eles apontavam que eu estava grávida, e isso me apavorou mais ainda.

Corri para olhar o calendário,e meu ciclo menstrual estava atrasado ,e eu sempre fui pontual como um relógio. Eu precisava tirar esta suspeita a limpo, mas não poderia ir até a farmácia para comprar um teste, porque provavelmente no dia seguinte a cidade inteira estaria sabendo, ainda mais depois de ter recusado sair com senhor Otaviano o farmacêutico.Ele iria fazer questão de espalhar isso, e acabar com minha reputação. Só uma pessoa poderia me ajudar, por isso não perdi tempo em pegar o celular e ligar para Elisa.

_ Oi, Elisa!...Eu preciso de sua ajuda! _Digo desesperada assim que ela atende.

_ Até que enfim você resolveu dar sinal de vida!...,eu te liguei várias vezes e só dava na caixa postal, até fui na sua casa, mais sua mãe disse que você não queira ver ninguém!... agora você me liga pedindo minha ajuda! _Elisa diz parecendo magoada,e eu não tiro sua razão.

_ Me desculpa Elisa,mas eu precisava ficar sozinha....,mas agora eu realmente preciso de sua ajuda!

_ Tá tudo bem!,eu te desculpo!... oque eu preciso fazer para te ajudar? _ Ela indaga, e eu êxito um pouco antes de dizer, pois eu preferia contar isso pessoalmente.

_ Eu...., preciso que você compre um teste de gravidez!..., pois eu acho que estou grávida!

_ Isso é sério Helena?

_ Você acha que eu brincaria com um assunto desses?

_ Realmente não!...,mas eu pensei que você e Pedro não teriam ido tão longe com esse relacionamento! _ Ela comenta me deixando constrangida.

_ Eu sei!....,mas naquele momento,eu acreditei de verdade que as coisas entre nós dois poderia dar certo....,e eu estava cegamente apaixonada que não pensei nas consequências! _Afirmo sentindo minha voz embargada.

_ Agora não é hora de ficar se condenando!....Eu vou agora mesmo comprar o teste,e em pouco tempo estarei ai! _ Ela encerra a ligação, enquanto eu me encolhi na cama me sentindo sem rumo.

Mal se passou meia hora e Elisa estava lá batendo na minha porta,e  agradeço mentalmente por minha mãe ter saído para ir ao mercado, não conseguiria manter a calma perto dela .

E a primeira coisa que Elisa faz assim que me vê, e dar um abraço forte. E eu estava mesmo precisando daquilo, de ter alguém para compartilhar aquele momento comigo.

_ Vai ficar tudo bem, independente do resultado!...Eu estou aqui para te ajudar..., agora vai lá tirar essa estória a limpo._ Ela diz me entregando o sacola com o teste.

Ò seguro com as mãos trêmulas, tendo a plena convicção de que ali estava escrito meu provável destino.
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