Gregório

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Saí dali com o coração a mil. Trombei com Candinha no corredor.
      - O que houve querido? Ouvi gritos dela...
      - Eu só fui conversar com essa doida, e fui recebido com gritos. DA PRÓXIMA VEZ, TRANCA A PORTA ESPERTONA!!
      - Gregório, querido, não fale assim, ela pode ouvir!
      - É bom que ouça mesmo. Tento falar com essa garota mais tarde.
        Desci a velha escada da casa de Candinha e fui direto pra cidade. Resolvi sair um pouco daquela favela, daquele ambiente. Peguei a moto que era do meu pai, e fui andar, sem um rumo específico.
        Enquanto eu rodava, percebia como era diferente. As casas eram abertas, coloridas, tinham janelas, portas e tetos de vários tamanhos e modelos. As pessoas andavam nas ruas tranquilamente, mulheres conversavam em calçadas com sacolas de compras na mão, crianças brincavam nas ruas e cachorros latiam para qualquer um que passasse.
        Era tudo tão diferente! Tão diferente...

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Blue Hill (Morro Azul)Onde histórias criam vida. Descubra agora