Depois que amarrei aquele sujeito, a polícia chegou. Relatei todo o ocorrido, com o máximo de detalhes possível. Eles tomaram ciência da situação de Raquel e me informaram que seriam tomadas as devidas providências na justiça. Levaram o sujeito ainda desacordado e me dirigi até meu carro.
- Muito obrigado pela atenção policial.
- Imagine Gregório, estamos aqui pra isso. Obrigado por nos relatar.
Acenei com a mão e vi as viaturas se distanciarem. Candinha chegou perto de mim e segurou minha mão.
- Até que você tem uma boa relação com a polícia.
- Sim, eu não sou um drogado nem delinquente.
Ela olhou pras minhas tatuagens e piscou um olho, sendo travessa.
- Isso não significa nada Candinha! E também parei de tatuar, pode ficar tranquila.
- Eu sei querido, sei disso. Você é muito bom. Morar onde mora e comandar o que comanda não significa que seja um...
- Isso Candinha, não significa que eu seja um drogado delinquente certo?
Ela deu um tapa na meu braço, me fazendo sorrir. Mas era verdade. Depois que meus pais morreram e peguei certa idade pra já poder ter autoridade naquele morro todo, prometi pra mim mesmo que não me sujeitaria a tal coisa. E assim foi. Não me droguei com nada. Talvez pareça ironia se tratando de quem cuida do morro. Mas milagres vez ou outra, acontecem.
Dei partida no carro e entrei na estrada.**
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Blue Hill (Morro Azul)
RomanceMorro azul. Blue Hill, assim conhecido por seus moradores e arredores. Favela. Ar de medo, revolta, raiva. Lugar que guarda muitos segredos, pessoas e desejos.