Gregório

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    Depois que amarrei aquele sujeito, a polícia chegou. Relatei todo o ocorrido, com o máximo de detalhes possível. Eles tomaram ciência da situação de Raquel e me informaram que seriam tomadas as devidas providências na justiça. Levaram o sujeito ainda desacordado e me dirigi até meu carro.
    - Muito obrigado pela atenção policial.
    - Imagine Gregório, estamos aqui pra isso. Obrigado por nos relatar.
      Acenei com a mão e vi as viaturas se distanciarem. Candinha chegou perto de mim e segurou minha mão.
    - Até que você tem uma boa relação com a polícia.
    - Sim, eu não sou um drogado nem delinquente.
      Ela olhou pras minhas tatuagens e piscou um olho, sendo travessa.
    - Isso não significa nada Candinha! E também parei de tatuar, pode ficar tranquila.
    - Eu sei querido, sei disso. Você é muito bom. Morar onde mora e comandar o que comanda não significa que seja um...
    - Isso Candinha, não significa que eu seja um drogado delinquente certo?
      Ela deu um tapa na meu braço, me fazendo sorrir. Mas era verdade. Depois que meus pais morreram e peguei certa idade pra já poder ter autoridade naquele morro todo, prometi pra mim mesmo que não me sujeitaria a tal coisa. E assim foi. Não me droguei com nada. Talvez pareça ironia se tratando de quem cuida do morro. Mas milagres vez ou outra, acontecem.
      Dei partida no carro e entrei na estrada.

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Blue Hill (Morro Azul)Onde histórias criam vida. Descubra agora