Blue Hill (Morro Azul)

Raquel

    Os dias estavam ficando cada vez mais claros agora. Descobri muitas coisas vindas da justiça. Minha mãe ainda estava viva. Descobriram por investigações e procuras. Aquele nojento havia dado uma surra nela e a enxotado da casa, fazendo com que confessasse onde tinha me deixado, e ele veio atrás de mim. Se eu não tivesse agido na teimosia e curiosidade naquela noite, talvez nada disso teria acontecido. Meus medos se concretizaram todos juntos, em todos aqueles dias que se seguiram. Quando Gregório e Candinha me encontraram, tive certeza que Deus havia ouvido minhas súplicas naquele quarto escuro e fedido. Agora tudo estava melhor. Estava em casa, sendo cuidada e amada mais uma vez. Minha mãe havia sido trazida pra viver com a gente e aquele homem teve a sentença de prisão perpétua. Gregório e Fael estavam construindo um novo morro com a ajuda de todos. As casas estavam sendo construídas por todos e com muita ajuda, o processo estava sendo concluído mais rápido. Eram residências com espaço entre uma e outra agora, asfalto para as ruas e até caixinhas de correio para quem preferisse. Pra mim criou um aspecto aconchegante e de um bairro. Estávamos todos felizes. Vivíamos em Blue Hill, com muito amor e seus reais moradores agora, os merecedores.
    Candinha também topou em arrumar sua casa. Pelo tempo até construírem, ficamos na casa de Fael. Marina sua esposa, cuidou de nós como se fossemos seus filhos. Fomos muito bem tratados. A casa de Candinha levou em torno de uns quatro meses pra ficar pronta. Assim que a obra foi finalizada, todos ajudaram na recolocação dos móveis pra dentro da casa. Foi uma alegria e tanto. Mamãe estava grata por tudo aquilo e agradecia todos infinitas vezes. Era maravilhoso.

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