Gregório

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      As ruas eram calmas. Haviam muitas árvores, imaginei que as casas eram bastante frescas, por conta das janelas abertas e tudo mais. Resolvi parar em baixo de uma árvore para respirar melhor.
      Parei a moto beirando a sargeta e me sentei em baixo do que parecia ser um Carvalho. Não muito grande como alguns, mas extremamente fresco. Fiquei ali por algum tempo, observando o céu, os pássaros, as casas e aquela rua extremamente quieta, que raramente passava uma criança de bicicleta, ou mesmo um carro esquecido por aí.
      Encostei a cabeça no tronco da árvore e comecei a quebrar as pequenas gramas abaixo de mim com a ponta dos dedos. Enrolava e puxava. Comecei a pensar em Raquel. Seria impressão minha, ou aquelas coisas escuras no corpo dela eram machucados? Espero verdadeiramente que não fossem machucados e sim sombras, por eu ter olhado rápido demais.
      Me levantei, arranquei uma flor amarela do chão com a intenção de levá-la para Candinha e rumei de volta pra casa. Eu ainda tinha que conversar com a garota.

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Blue Hill (Morro Azul)Onde histórias criam vida. Descubra agora