Blue Hill (Morro Azul)

Candinha

      Quando Gregório passou o morro para os cuidados de um dos seus amigos, soube o que fazia. Foi para Fael, um rapaz de muita simpatia, nas mesmas índoles de Gregório. Tinha seus cabelos com muito volume e os olhos cor mel e era um jovem alto. Vinha sempre trazer notícias e comentar sobre alguma coisa mais. Sempre me tratava como Dona Candinha, entrava e tomava um café. Ele dizia que as coisas andavam diferentes.
    - Diferentes?
    - Isso mesmo campeão. Os encrencas estão picando fora, e alguns nem deixam muito recado. Estão esvaziando o morro, e de monte.
      Gregório se encostou na pia com uma mão apoiada no queixo.
    - Pelo menos são os encrencas que estão esvaziando o terreno. Mas faz ideia do motivo disso estar acontecendo?
    - Não irmão. Simplesmente chegam e dizem que vão embora. O que podemos fazer agora? Os barracos estão ficando sem gente!
    - Não seja por isso meu amigo. Vamos fazer uma revolução nesse morro.
    - E o que tem em mente?
      Gregório olhou para o rapaz, depois pra mim e sorriu. Vinha coisa por aí.
    
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