Uma Noiva Para Apollo

A armação e a revelação ao deus dos oceanos

*Apollo*

   Cronos estava ali e mais uma vez meu corpo estremecia, decidi aparecer e ele me encarou. Tratou os deuses como nada e se juntou a Laura, ainda me perguntava o motivo dele ser daquela forma, creio que Hera tinha medo.
   Naquele mesmo dia nos sentamos no Jardim junto a Cloto, Cronos tentava chamar a atenção de Laura. Hera me chamou no canto perto do jardim, parecia inquieta.
  Senti um frio percorrer minha espinha, algo estava sendo escondido não só de Cronos, mas acho que de todos os deuses.

   — Apollo. — ela chamou e eu fui ao seu encontro.

   Caminhamos para longe de Cronos e nos aproximamos de algumas estátuas. O que ela queria agora?

  — O que está acontecendo? — perguntei curioso e ela pediu silêncio, verificou se não tinha ninguém nos ouvindo e só depois conversou comigo.

  — Cronos ele foi traído por Urano, isso a muitas eras atrás. Ele matou alguém que Cronos amava, não quero dizer que ele está vivo Apollo. Sei que teremos uma guerra pela frente e quero contar com você. — contou ela, segurei o riso, agora eu tinha de estar ao seu lado. Quando as coisas pegavam era a mim que recorria?

  — Ele vai deixar Maira viver comigo? — perguntei a ela. Só queria Maira o resto não importava, se ele quisesse matar Hera que a matasse.

  — Creio que sim Apollo, Cronos está muito bem. — informou ela friamente.

   Aquilo me fez pensar em tudo, Cronos desejava muito mulheres aos quais não podia ter e se com Maira fosse a mesma coisa? Não posso deixar ele se safar ou ficar quieto, ajudaria Laura e sei que meus irmãos se eu contasse me ajudariam, estou cansado dessa vida decrépita. Desse sofrimento sem fim, não podia confiar em Hera.

  — Quero dizer se Maira viverá comigo Hera, não se Cronos está bem? Seja sincera comigo, não quero ouvir mentiras superficiais. — falei bruto e alguns servos pararam para me encarar.

  — Isso Apollo, não cabe a mim. Cronos comanda tudo, creio que fará o que é certo. — disse ela voltando a mesa do jardim.

  Sei que aquela foi a última conversa com a qual tive com ela tanto tempo, não sei se foram as palavras de Hera, mas algo soava friamente. Algo estava sendo escondido de mim nas sombras, ela se sentou ao colo de Cronos e ele começou a passar a mão em seu corpo. Realmente tinham um caso que horrível, fiquei se longe observando e ela começou a puxar ele e o mesmo a correr atrás dela.

   Vi que eles ficaram próximos a uma tenda, os tecidos dourados os escondiam, mas eu sabia o que estavam fazendo. Entregando ao desejo, Hera estava satisfazendo seu corpo agora que parecia jovem novamente e ganhando a confiança de Cronos.

    Peguei Laura e sem ninguém observar caminhei com ela, a levei até Ares. Cloto me viu saindo, mas nada disse.
   Cronos era um maldito e meu ódio por ele tinha aumentado nos últimos anos, o sofrimento e a dor estavam se tornando algo doloroso demais. Um atitude precisava ser tomada e ia exigir de mim ser um homem de verdade ou não.