Derradeiro caminho

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*Apollo*

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*Apollo*

   O barulho das festividades lá fora era alto, sai da água e apenas vesti um camisão, deitei naquela cama que já não era macia devido a estar um tanto velha, pensei em como estaria o Olimpo, principalmente em Ares com Lucas e sua pequena. Será que um dia eu terei filhos, uma menina ou um menino com Maira? Eu gostaria de ter os dois, mas não sei se ela queria, na verdade não sei se me amaria ainda depois de tudo.

   — Como eu desejava estar com ela. —falei baixo, olhei para a janela e o céu estava belo. Com estrelas a brilhar, uma brisa refrescante entrava pela janela e balançava as cortinas que antes eram brancas e hoje já estavam um tanto amareladas.

  Deitei de lado mesmo com aquele barulho e fechei meus olhos, a noite antes de tudo repassava em minha mente. Dançando com Maira, com minha mão em sua cintura, sentindo seu cheiro e seu calor em um embalo lento, lembro de como a toquei e da vontade que desejei beijar seus lábios.
  Como eu queria sentir o gosto de sua boca, fugir para um lugar vazio e sem ninguém e a deitar no chão e acariciar seu corpo. Como um louco apaixonado a satisfazer e não fazer apenas sexo e sim amor.

   Imaginei como seria deitar ela na grama e beijar seus lábios, enrolar meus dedos em seus cabelos, acariciar seu corpo e satisfazer seus desejos e um dia poder olhar ela nos olhos e dizer que eu amei todos os momentos ao lado dela e amo, desejo lhe dar o melhor. Ela mudou meu coração de tal forma que jamais imaginei mudar.

Levantei rapidamente com barulhos altos e abri a porta do quarto, estava novamente naquele jardim de neve e vi a estátua que se parecia com Maira. Andei até a e toquei seu rosto, senti algo quente emanando de dentro e o gelo se desfez. Era ela, os cabelos longos com leve tom avermelhado e a pele clara. Seu corpo se derrubou sob mim e então a segurei.
Seus olhos se abriram e ela me olhou sem jeito, seus olhos se encontraram no meu e então eu a beijei sem pensar e ela retribuiu o beijo e me abraçou.

Seu abraço era quente e aconchegante, ela sorriu.
Como esperei tanto para estar com ela, seus olhos de encontro ao meu.

— Me conte quem és de verdade. — pediu ela e então segurei sua mão.

     Acordei e verifiquei que fora um sonho, um sonho tão bom. Que me deixou norteado por algum tempo, achando que ela estaria aqui. Levantei e me arrumei, peguei a bolsa e os livros e desci as escadas. Deixei a chave do quarto no balcão e a moça me olhou novamente de cara feia, não resisti e a encarei.

   — Vocês deveriam tratar melhor a nós. — falei e fiz com que ela sentisse minha presença celeste.

   Seus olhos se encheram de lágrimas e vi medo, talvez devesse ter feito isso antes, mas admiro que até me surpreendi com a reação dela.

  Sai daquele lugar e peguei o cavalo, parti no derradeiro destino que me espera. O dia parecia um tanto longo que o costume, mas mesmo assim continuei em silêncio. Tudo as escondidas para que ninguém desconfiasse, passei por um riacho de águas cristalinas e segui rumo às montanhas.

  Ouvi barulhos de galhos se partindo e parei o cavalo, observei que era apenas um casal brincando e se beijando, acredito no calor da relação é isso, novamente me trouxe lembranças de Maira. Queria estar com ela daquele jeito, brincar, sorrir, amar o que não amei ainda.

  Continuei minha jornada até os portões azuis, os portões ficavam antes das montanhas e sinalizavam o caminho a seguir para chegar a Crio.
O solo era escuro e tinha em alguns locais  pedaços de gelo, o vento estava gélido e a minha frente dois grandes pilares azuis se erguiam para o céu.

   Feitos de cristais e diamantes, eram guardados pelo guardião norte. Um monstro obscuro surgiu, não possuia olhos, seu rosto era negro e flutuava sob o chão. Tinha uma capa negra e nas mãos garras enormes com o tom arroxeado, carregava um centro.

  Senti uma energia negativa vindo dele e desci do cavalo, apartir dali deveria trilhar sozinho, contam histórias que esse guardião fez titãs se ajoelharem, observei ele atentamente e saquei uma espada dourada. Toquei no anel em minha mão direita e ele se iluminou fazendo com que uma armadura vermelha e dourada surgisse com o símbolo do sol no peito.

  O ser percebeu meu movimento e veio para cima, corri e saltei tentando cortar ele com a espada, mas defendeu. Cai de joelhos um pouco para longe. Me levantei, e coloquei a espada a minha frente, senti quando o vento gélido cortou minha face. O frio percorria meu corpo, mas não iria desistir de ir atrás de Maira.
    Aquele guardião maldito iria pagar, ele estava bem e não ficou surpreso com meu ataque, mas dessa vez não vou me segurar. Concentrei energia na espada que ficou em chamas vermelhas e vivas e corri até ele, mais uma vez ele desviou e eu continuei revidando.

   O mesmo arranhou meu rosto com suas garras e senti o sangue escorrer, limpei aquele líquido dourado e me posicionei, concentrei todo o meu sentimento naquela espada e corri.
Agachei e o soquei no abdômen, o joguei longe e com a espada cortei sua cabeça sem pensar duas vezes, apenas ouvi um grito de desespero rápido e depois tudo se acalmou, o caminho estava livre e pude ver a estrela norte brilhar no céu, era naquela direção.
  Montei no cavalo e cavalguei pelos portões sem olhar para trás oito meses me esperavam, aguardo agora uma viagem tranquila.

   Cheguei na calada da noite em uma das montanhas, tinha uma caverna escura e a neve começará a cair. Agora eu estava longe do calor, nas terras onde só existia tristeza, frio e solidão. Entrei na caverna escura e em minha mão criei um pequeno sol para iluminar, era apenas um beco. A caverna não era profunda, eu conseguia ver a entrada e estava protegido com alguns galhos secos fiz uma fogueira e ali fiquei em silêncio. 
   Observando a neve cair, sussurros vinham em meus ouvidos trazidos pelos ventos, eram as súplicas de quem ali vivia. Uma terra de morte e medo.

  Adormeci ainda com um pouco de frio, e o cavalo ao meu lado, ali passei a noite gélida. Meu coração estava ansiando por Maira e a cada passo eu estava mais próximo de ver ela.
  Acordei e a neve tinha parado, arrumei as coisas e continuei a trilha pelo frio e silêncio.

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