Capítulo: 7

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-- Vc só pode esta brincando! - Christian arregalou os olhos. - Três esposas?

-- O pior é que não estou brincando. - Dulce murmurou de costas para o irmão, segurando uma xícara de café frio.

-- Onde estão as outras duas?

-- A primeira vive na mansão da família, no norte do Tennessee. A outra mora em paducah, Kentucky. Ela é uma Stripper.

-- Uma Perua rica, uma Médica e uma Stripper? - Chris riu. - Por Deus, maninha, não é pra menos que vc esta péssima.

-- Obgda. Eu tbm senti saudades de vc. - Ela ironizou.

-- Agora sei pq vc não queria que eu fosse ao funeral. E eu pensando que estava com vergonha de mim...

  Na verdade por isso ela proibiu Christian de comparecer ao velório. Percebeu que o irmão a ficava com expressão preocupada, e uma onda de ternura a aqueceu. Christian que fora um problema para família durante a vida toda, era mas decente que seu falecido marido.

-- Dul, vc é jovem, médica, bonita e inteligente. Sei que parece idiota dizer isso agora mais vai conseguir superar.

-- Vc não sabe de tudo, Chris. Ainda há mais. - Ela perdeu o olhar no trajeto de uma aranha que passeava pelo vidro da janela. - A mas jovem esta gravida.

-- Ah Stripper?

   Dulce María assentou, e ele assoviou alto.

-- Ainda bem que vc não precisa do dinheiro dele, se não teria de esperar na fila.

-- Não é bem assim... Eu sabia que Paco gostava de se reunir com os colegas de trabalho para jogar pôquer, mas não tinha noção de que ele fosse um jogador compulsivo. Ele depredou minha conta no banco.

   Dulce ouviu quando o garfo caiu da mão de Christian.

-- Quer dizer que esta falida?

-- Infelizmente.

-- Bem, vc herdou a casa da tia Rosa, que deve valer uma fortuna. Poderá viver tranquilamente com o dinheiro da venda.

-- Está maluco? Eu adoro esta casa! - Dul se manteve de costas para o irmão para que ele não visse suas lágrimas. - Vendê-la é minha última opção.

-- Dul, vc não deveria se preocupa tanto com o dinheiro. Afinal ainda tem seu consultório.

-- Não por muito tempo. Smiley é uma cidade pequena, em breve, minha reputação estará na lata de lixo. Espere só até os fofoqueiros espalharem que Paco era bigamo.

-- Tribigamo, se é que existe essa palavra. - Chris corrigiu. - Vc contou a alguém?

-- Apenas a vc.

-- Então não tem com que se preocupar. O funeral foi em Kentucky, e ele foi sepultado no Tennessee. Se as outras duas esposas se mantiverem quietas, pq  alguém ficaria sabendo?

   Dulce se virou para ficar de frente com o irmão.

-- Pq Paco não morreu de causas naturais.

-- Não é de se espantar. Ter três mulheres não é nem um pouco natural.

-- Christian, o relatório dos peritos indica que Paco pode ter sido assassinado.

-- O que? - ele congelou o movimento de levar o garfo a boca. - como assim?

-- A polícia Estadual de Kentucky nos procurou ontém, no Tennessee, depois do funeral. Um detetive antipático chamado Aldrich, disse que suspeitam de envenenamento parece que Paco recebeu alguma injeção que provocou o ataque cardíaco.

-- Quem iria querer matar...? - Christian se calou e seus olhos se arregalaram. - Dul, a pena será menor se vc confessar.

-- Está maluco?! - ela gritou ofendida. - Como pode pensar tal coisa?

-- Bem, vc é médica. Ninguém melhor para injetar alguma droga letal em Paco. Além disso, quem poderia culpa lá se quisesse matar aquele bastardo.

-- Chris, eu não matei meu marido!

   Ele a avaliou por alguns segundos e voltou a atenção para a salada.

-- Acredito vc. Acha que alguma das outras esposas pode  ser homicida?

-- Eu não acho nada. Simplesmente não consigo pensar. - ela declarou, exausta.

-- O que vai acontecer agora?

-- A polícia vai me interrogar, assim como as outras mulheres dele. - Ela olhou o relógio de pulso. - Vou me encontrar com meu advogado em Paducah em algumas horas.

-- A polícia sabe sobre o detalhe da bigamia?

-- A posto que aquele detetive percebeu assim que colocou os olhos em nós. - Ela murmurou, irritada. - Ele procurou a primeira esposa, de Kentucky, e encontrou as três no funeral. Deve ter deduzido que estávamos conectadas a Paco de alguma forma. Apenas não soube especificar.

-- Já interrogaram as outras duas esposas?

-- Não. Todas nós seremos interrogadas hj.

-- Quem será a primeira?

-- Isso importa?

-- É claro que sim. A pessoa entrevistada em primeiro lugar tem a vantagem.

    Dulce não havia pensado naquilo. Na certa pq  não tinha  a mesma experiência com o sistema judiciário que o irmão.

-- Eu não quero saber quem será entrevistada primeiro, pois não acredito que Paco foi assassinado. Eu estava lá e vi  quando ele teve um ataque do coração.

-- A polícia deve ter algum tipo de evidência. Vc deveria começar a se preocupar.

-- Com o quê? E mesmo que ele tenha  sido assassinado, o que não creio, não tenho nada a temer pq eu certamente não o matei.

-- As prisões estão repletas de Inocentes, Dul. - Chris observou com sabedoria. - Muita gente não resiste à pressão e se confessa culpada mesmo que não seja. Tudo que a polícia precisa é de uma evidência circunstâncial  e um promotor que saiba o que está fazendo.

-- Está se referendo ao seu próprio julgamento?

   Subitamente Dulce percebeu que sabia muito pouco sobre as circunstâncias que tinham envolvido a prisão de Christian.

-- Não quero mais pensar nesse assunto. Decidi esquecer os últimos dois anos da minha vida. - Ele declarou com determinação z. - Estou me referindo apenas ao que os jornais não publicam, e a verdade é que o sistema judiciário tem muitas falhas.

-- Vc se tornou especialista em criminologia enquanto esteve na prisão.

-- Eu era frequentador assíduo da Biblioteca. E como vc deve imaginar, é natural que as prateleiras da Biblioteca de uma prisão estejam cheias de livros jurídicos. - Ele sorriu e ergueu os ombros. - Estou pensando em fazer direito, se conseguir arrumar um bom emprego para pagar os estudos.

     Dulce mordeu a língua. Sabia que por irmão nunca terminava o que começava, no entanto havia uma determinação na atitude dele que ela nunca notará antes.

-- Chris, estou estressada demais pra continuar essa conversa. - Declarou, sem desejar acrescentar mais um ítem a sua lista de preocupação.

-- Eu estava apenas tentando ajudar. - ele disse com expressão ofendida.

-- Não preciso da sua ajuda. - Dul murmurou sobre o ombro enquanto saia da cozinha.

-- Como sempre.

   Ela Estados, considerando jogar um vazo no irmão.

-- Com exceção de Tia Rosa, ninguém estava lá quando eu realmente precisei de ajuda! - desabafou, explodindo em lágrimas. - Nossos pais viviam ocupados com as brigas entre eles, e vc nunca ficava em casa.

    Christian se levantou e parou diante dela para pousar as mãos em seus ombros.

-- Estou aqui agora Dul, e farei o que for preciso para ajuda-la.

 
(...)

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