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-- Verificamos todas as locadoras de carros em Quincy. - Dulce se dirigiu ao detetive Aldrich e ao restante do grupo. - Ninguém pôde nos dar nenhuma informação.
Ele franziu o venho concentrado. Era óbvio que com aquelas novas evidências, a polícia poderia seguir a pista da mulher misteriosa e a acusação contra as três perdia a força.
Quem sabe seus dias pudessem finalmente voltar ao normal, ela refletiu esperançosa. O rosto sorridente de Alfonso dançou em seu pensamento e Dulce sorriu intimamente. Talvez sua vida fosse ficar ainda melhor.-- A maioria das pessoas não divulga informações confidenciais a clientes. - O detetive lembrou, pondo-se a andar pela sala. - Eu deveria prender vcs três por biabilhotice!
-- Espere um pouco! - Masterson interveio. - Concordo que elas realmente tenham interferido além disso necessário, mas não pode iguinorar a informação que acabaram de passar. E bom seria explicar como três mulheres são capazes de seguir pistas das quais seus homens nem sequer chegaram perto!
-- Elas podem estar mentindo. - Retorquiu Aldrich, pousando as duas mãos no tampo da mesa e endereçando as três um olhar de desafio.
-- Claro que não estamos! - Ruby protestou.
-- Como acreditar em uma mulher que já cometeu um crime? - O detetive retrucou. - Ainda pode responder a um processo por assassinato, mocinha. Deveria pensar duas vezes antes de arrumar mais problemas.
-- O senhor pode checar nossa história. - Dulce propôs em Tom calmo. - Descobrirar que ficamos juntas em Quincy no fim de semana.
-- Isso provará somente que estiveram juntas por tempo bastante para formar outra história.
-- Trouxemos informação de boa fé. Estamos apenas tentando ajudar.
-- Estão tentando ajudar apenas a ai mesmas ao criar essa mulher fantasma.
-- Que tipo de homem é o senhor? - Dulce explodiu. - Por que está tão determinado a arruinar nossas vidas? Juro por tudo que é mais sagrado que não conspiramos para matar nosso marido. Se não acredita, por que não nos submete ao detector de mentiras?
O Promotor do distrito limpou a garganta.
-- Talvez seja melhor face à nova evidência.
-- Que nova evidência? - Gaylord perguntou, e Dulce ficou tensa.
-- Terminamos a análise do carro do Sr. Álvarez. - Peter declarou. - O cabo do freio foi cortado, o que provavelmente contribuiu para o acidente. E encontramos a Frasqueirão de prosutos de higiene dele. O frasco de perfume contém estrofantina, droga que já foi exaustivamente citada neste processo.
-- O nome do perfume é... - Aldrich consultou o bloco de notas. - Sterling For men.
Sterling? Dulce engoliu em seco. O perfume que Beatriz usava havia muitos anos, segundo ela própria!
Olhou-a discretamente, vendo que ela permanecia sentada e muito rigida. Beatriz estivera mentindo o tempo todo?-- Achei que os peritos tivessem dito que o veneno foi injetado no Sr. Álvarez. - Lembrou Masterson.
-- É impossível que uma pessoa possa absorver essa droga através da pele em uma concentração capaz de matar. - Dulce argumentou.- A única forma de ter morte instantânea seria pelo contato direto com a corrente sanguínea por intermédio de uma injeção intravenosa. Ou então o veneno teria de ser ingerido em altas quantidades. Mesmo assim o efeito seria mais lento.
-- Como a doutora bem explicou, não acresitamos que o Sr. Paco morreu pelo efeito do veneno no perfume. - Aldrich concordou. - Mas foi o bastante para provocar as dores das quais ele se queixou no hospital. A injeção com a dose letal terminou o trabalho. - Ele olhou ao redor. - Bem, o que tem a dizer para se defenderem?
A mente de Dulce trabalhou furiosamente, tentando se lembrar de pequenos detalhes.
Beatriz havia descoberto o relógio e convencera de que pertencia a suposta amante de Paco. Foi ela quem sugerira a viagem e as levará para Quincy. Ela também decifrara as pistas da agenda de Paco, e teoricamente conversara com o dono da floricultura. Ela a enviara para ocupar-se de Daniel Ávila, pois sabia que o homem não conhecia a mulher para quem Paco havia comprado flores.
Era óbvio! Não existia mulher misteriosa alguma! Ela forjaram toda aquela história para desviar as suapeitas de si!
Levantou-se com um aperto na garganta e quase derrubou a cadeira.-- Foi vc. - Sussurrou mortificada. - Vc nos usou como álibis para comprovar a ridícula teoria de que havia outra mulher!
-- Não é verdade! - Beatriz tentou soar firme, mas sua voz não passava de um sussurro.
-- Ela usa a mesma colônia que Paco usava. - Ruby gritou pondo-se de pé. - Beatriz nos contou quando estávamos em Quincy.
-- Sra. Álvarez, a senhora comprova o perfume para seu marido? Nós já entramos em contato com a revendedora, e eles estão verificando os registros, mas sua confissão pode nos poupar algum tempo.
-- Sim. - Beatriz admitiu com o rosto livido. - Eu comprava o perfume de Paco, mas isso não quer dizer que colocava veneno nos frascos.
-- Temos uma lista com sua caligrafia relacionando diversas formas de matá-lo, incluindo envenenamento.
-- Eu estava furiosa com Paco. - Beatriz se defendeu. - Mas seria incapaz de matar meu marido. Meu terapeuta me aconselhou a escrever para desabafar.
-- Sra. Álvarez, confiscamos livros médicos em sua casa que tratam especificamente do uso de Ouabaina.
-- Eram livros de referência do meu pai! Todos sabem que ele era cardiologista.
Dulce sentiu a garganta se contrair.
-- Diga-me, é possível encontrar suas Impressões digitais no frasco do perfume?
-- É claro que sim, mas isso não prova nada! Eu ajudava Paco a fazer as malas.
-- Há mais alguma coisa que queira nos contar?
Gaylord pousou a mão no braço dela, em sinal de advertência, porém Beatriz a repeliu e arregalou os olhos.
-- Vcs não compreendem! - Explodiu, com a voz embargada pela emoção. - Admito que tive vontade de matar meu marido, mesmo antes de saber que ele possuía outras duas esposas. A ausência de Paco se tornaram cada vez maiores. Nós estávamos vivendo como dois estranhos. Eu me sentia desprezada, abandonada, esquecida... - A máscara de frieza caiu e Beatriz não conseguiu conter as lágrimas. - Sim, admito que cheguei a planejar a morte dele, mas alguém se antecipou a mim!
As palavras não soaram de todo convincentes e o silêncio na sala foi mortal.
Dulce fechou os olhos com o coração apertado. Não Beatriz. vc não.xxx
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Um Amor de Verdade
RomanceDulce Maria Álvarez tinha tudo pra ser feliz: Um casamento perfeito com um homem que era o sonho de toda mulher, a profissão que sempre sonhará ter e uma linda casa na pacata cidadezinha de Smiley. Então,por que ela tinha a sensação de que uma Catá...