Capítulo: 9

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-- Ouabaína? - Ruby  pestanejou e sorriu para o detetive Aldrich. - Sim, já ouvi falar. Algumas tribos africanas usam o veneno extraído da planta para colocar na ponta das flechas. Pode matar uma pessoa.

    Billy Wayne, advogado de Ruby, soltou um assovio.

-- E a senhora tem acesso a essa droga, Srta. Hicks?

-- Sra. Álvarez. - ela corrigiu. - E já estive na Virginia, mas nunca na África.

-- :Já que sabe tanto sobre Ouabaína, se quisesse alguma coisa que somente existisse na África, como faria para obtê-la?

-- Por intermédio da internet. - Ela sorriu, como se ficasse satisfeita por responder a todas as perguntas.

-- E a Senhorita tem um computador?

-- Oh sim. Paco comprou um pra mim. Ele costumava trabalhar quando estava comigo. Foi por intermédio da internet que comprei minha cachorrinha.

-- Entendo... E a senhora comprou Ouabaína pela internet?

-- É claro que não! - Ela arregalou os olhos, horrorizada.

-- O Sr. Álvarez mantinha medicamentos na sua casa?

-- Não propriamente. Paco vendia próteses, e sempre havia uma perna ou um braço em algum lugar. - Ela riu. - Certa vez, encontrei uma mão na banheira. Fiquei assustada, mas Paco me disse que estava apenas tentando ver se flutuava. Ele me contou que a perna que vendeu salvou o rapaz que quase morreu afogado. - Lágrimas brotaram dos olhos dela e Billy estendeu um lenço. - Paco era um bom homem.

-- Ele mantinha outras coisas na sua casa, como seringas?

-- Eu sou diabética e tomo injeções de insulina diariamente. Eu não deveria comer açúcar... - ela confessou, embaraçada.

-- A senhora levava alguma seringa na noite em que o Sr. Álvarez morreu?

-- Sim, eu carrego meu Kit na bolsa. Paco sempre me dava os medicamentos.

-- Alguém mais teve acesso a sua bolsa no hospital?

-- Bem eu deixei na cadeira, na sala de espera.

    Aldrich anotou rapidamente no bloco de notas e a estudou com atenção.

-- Ficou zangada quando descobriu que seu marido era poligamo?

-- Um pouco. Eu amava  Paco e contava com ele pra me ajudar com o bebê. - Ruby sorriu entre lágrimas. - Ele ficou feliz quando soube da gravidez. Acho que as outras mulheres não gostaram. - ela ergueu os ombros. - Elas deveriam ficar felizes por Paco deixar semente na terra, já que Beatriz não pode ter filhos e Dulce não os quer.

-- Acha que algumas delas poderia ter matado o Sr. Álvarez?

-- Beatriz é muito antipática. Eu não ficaria surpresa se ela tivesse matado Paco. Por outro lado Dulce é médica e sabe como matar as pessoas.

-- E ela ficou sozinha com o Sr. Álvarez?

-- Dulce ajudou a socorrer Paco quando ele passou mal. Seria a única a ter a oportunidade de aplicar uma injeção de veneno ou algo parecido. - ;Ruby suspirou, se sentindo exausta. - Falta muito para acabarmos?

-- Ainda tenho que lhe fazer uma pergunta muito importante... A respeito do Sr. Hammond Jackson. - o detetive disse com vagar, observando a reação de Ruby.

-- Ham esta morto. - Ela Balbuciou com o sangue drenando do rosto.

-- Sim, ele morreu cinco anos atrás. E de acordo com minhas fontes, era namorado da sua mãe. Como o Sr. Jackson morreu?

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