Capítulo: 4

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-- Eu assisti a uma novela que um homem tinha um enfarto e acordava com amnésia.

  O comentário de Ruby ecoou pelas paredes dia corredor vazio.

-- Paco não teria tanta sorte. - Beatriz resmungou. Como primeira esposa de Paco, marchava como rainha da Inglaterra, deixando as outras duas para trás.

   Constrangida a moça aventurou um sorriso para Dulce que caminhava a seu lado.

-- Não é um risco entrarmos no quarto ao mesmo tempo? Ele pode ter outro infarto.

-- :O plano é exatamente esse. - disse Beatriz. E Ruby arregaçou os olhos horrorizada e Dulce levou a mão ao braço da jovem..

-- Beatriz não está falando sério. Provavelmente isso médicos não permitirão que as três entrem ao mesmo tempo.

-- Acha que a primeira dama ali vai deixar uma de nós ai menos espiar pela janela? - Ruby cochichou irritada.

-- Não a culpe por ser hostil Ruby. Eu mesma estou atordoada com tudo que esta acontecendo e posso imaginar como ela foi afetada.

-- :Eu posso imaginar por que Paco procurou outra mulher!

O rosto de Dulce María se tornou pálido.

-- Espero que isso também não se aplique a mim.

Tarde demais, Ruby percebeu a gafe que cometeu.

-- Eu não... Oh eu sinto muito. Eu só quis dizer...

-- Melhor ficar quieta. - Dul falou apressando o passo para acompanhar Beatriz.

   Entraram na sala de espera do setor se terapia intensiva, no final do corredor, e a mulher mais velha tomou a dianteira. Apresentou-se a enfermeira responsável pela unidade e sem esperar pelas outras seguiu com ela para a porta de vidro que isolava os quartos.
   Dulce se apressou em alcança-la e desapareceu do campo de visão de Ruby.

-- Esperem! - a moça gritou, com os saltos altos da bota pesada fazendo estardalhaço enquanto corria. -- Eu também quero ver Paco.

-- Somente dois visitantes podem ver o paciente no CTI, senhorita. - a enfermeira avisou impedindo-a de entrar.

-- Mas eu sou a espos... Digo a filha de Paco. - elaborou Ruby nervosa.

-- Eu sinto muito. Se elas saírem logo, vc poderá entrar.

   Ruby assentiu miseravelmente e se virou ao som de uma porta se abrindo. Beatriz e Dulce com o Rosto pálido e uma expressão fechada, passaram por ela sem dizer nada.

-- O que houve? Paco esta bem? Posso entrar agora?

   A enfermeira passou o indicador nos lábios pedindo silêncio e com duziu Ruby pelo braço até a antessala.

-- O Sr. Álvarez não reagiu bem a visita. Ninguém poderá entrar até que um especialista o examine, sinto muito.

  Grossas lágrimas rolaram pelo rosto de Ruby e ela se sentiu mais sozinha do que nunca. Beatriz e Dulce estavam paradas em lados opostos da pequena sala agora com as costas voltadas uma para a outra  e os braços cruzados.

-- O que disse a ele? - Ruby exigiu a Beatriz que se recusou a tomar conhecimento da presença dela.

-- Responda ou farei um escândalo!

-- Eu não disse nada.

-- Nada!? - os olhos de Dulce se arregalaram e ela se voltou para Beatriz. - Disse que se ele morresse serviria o melhor champanhe em seu funeral!

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