Capítulo: 27

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   Ruby parou no corredor, diante da porta do quarto de hospital, e cruzou os dedos. Pousada mão na maçaneta e enfiou a cabeça pela fresta. Os olhos de Beatriz se abriram com o ruído.

-- Olá. - Ruby disse sorrindo. E para seu espanto Beatriz sorriu de volta.

-- Olá Ruby. Entre.

-- Prometo que não vou ficar muito tempo. Como está se sentindo?

-- Péssima.

-- Pois você parece ótima... Como sempre.

  Beatriz ajeitou os cabelos, em um gesto inconsciente de vaidade.

-- Viu Dulce e Alfonso?

-- Oh, sim! - Ruby sentou-se na cadeira ao lado da cama. - Dul ainda tem um hematoma na testa, mas está se sentindo bem. E Alfonso poderá ir para casa dentro de alguns dias.

-- Foi muita sorte os disparos de Regina terem passado só de raspão por nós. - Beatriz murmurou, depois sorriu. - Acho que com aquele corpo definido Alfonso tem um colete a prova de balas natural.

-- Verdade ele é um gato não é? Acha que estão apaixonados?

-- Espero que sim.

  Ruby sorriu, depois encarou Beatriz com expressão séria.

-- Gostaria de lhe agradecer.

-- Pelo quê?

-- O detetive Aldrich me disse que a mulher que matou Paco planejava ficar com meu bebê. Obrigada por tê-la impedido.

-- Não foi nada. Na verdade, ninguém em sã consciência deixaria alguém tão maluco como Regina adotar uma criança.

-- Engraçado não? É preciso ser rica, bem-sucedida, ter perfeita saúde mental e passar por várias avaliações para adotar uma criança que ninguém quer ou sabe como cuidar. No entanto, qualquer estúpida pode ter seus próprios filhos.

-- Tem razão. - Beatriz sorriu. - Eu nunca havia pensado nisso, mas vc está certa.

    Ruby se inquietou na cadeira e a furou com interesse.

-- Acha que sou inteligente o bastante para ser boa mãe?

-- Ruby, acho que o fato de vc está preocupada com isso já é um bom sinal.

-- Sim, porque mães que não são boas não se preocupam.

-- Exatamente.

    A jovem endireitou a postura, sentindo-se importante.

-- Quando você vai para casa?

-- Assim que conseguir contratar alguém para ficar comigo por algumas semanas, até que meu ombro fique bom.

-- Ah, isso não será difícil. Muitas pessoas adorariam ficar com você.

-- Na verdade eu tinha esperanças de que vc podesse ficar comigo.

-- Eu? - A moça areegalou os olhos, espantada. - Você quer que eu vá morar naquela mansão maravilhosa pra ajudá-la?

-- Bem, vou pagar claro. Mas não se iluda, terá de me ajudar a tomar banho, a me vestir, a ir a todos os lugares que eu precisar, além de cuidar das refeições. - disse e Ruby riu delicada.

-- Você pode não acreditar mais sou uma ótima cozinheira!

-- Na verdade será uma espécie de experiência... - Beatriz a encarou com gravidade. - Estou pensando na possibilidade de você morar comigo mesmo depois que o bebê nascer.

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