Capítulo: 15

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-- Vc vai conheçer Miss Mame, minha cachorrinha! É a única amiga que tenho... Oh melhor, que eu tinha. Agora tenho vc.

    Dulce tentou não demonstrar o desconforto causado pela a a proximidade de Ruby

-- Sinto muito por vc ter sido presa, Dul. Sei que não matou Paco.

  Ela suspirou. Ruby saberia disso oq ela própria havia matado? Obviamente, tinha acesso a seringas e sabia como usá-las. A carência da jovem ingênua seria uma farsa para disfarçar seu cinismo?

-- Meu advogado está certo de que as acusações serão retiradas. - Ela respondeu com neutralidade. - Onde estão suas roupas.?

-- Naquela sacola plástica, na cadeira.

   Dulce encontrou um sutiã de renda preta, um short minúsculo e botas de verniz com saltos incrivelmente altos.

-- Isso é tudo? - perguntou confusa.

-- Eu estava trabalhando quando passei mal. - ela justificou, despindo o ropão do hospital sem o menor constrangimento de expor a própria nudes.

    Chocada, Dulce fez um gesto para Christian sair do quarto, indignada ao ver os olhos do irmão saltar dás órbitas como um Lobo faminto fixando sua presa.

-- Estou me sentindo muito melhor. - Ruby afirmou, equilibrando-se com maestria sobre os saltos altos.

-- Vc não pode sair desse jeito, esta praticamente nua. - Dulce lhe estendeu o avental branco que ela havia acabado de despir. - Cubra-se com isso.

   Esperou que a moça se compusesse e a acompanhou até a sala de espera. Chris se pôs de pé quando se aproximaram e ela não deixou de notar o olhar apreciativo do irmão.
     Sentada no banco de trás só carro, sentiu-se absolutamente desprezada enquanto Ruby e o Christian conversavam como velhos amigos.
     Minutos mais tarde, o rapaz conduzia o carro pelo estacionamento do Pink Paddy's Dancing Palace, parando ao lado do carro de Ruby. Ofereceu-se para dirigir o velho camaro caindo aos pedaços, enquanto as duas mulheres seguiam no BMW.
    Dulce não esperava que Ruby morasse num trailer. Teve que admitir que era o mais bem cuidado do estacionamento, embora o ambiente fosse desolador, com lixo espalhado por todos os lados. Parecia impossível conciliar a imagem de Paco aquele lugar.
   Quando a moça abriu a porta, latidos estridentes feriram seus tímpanos.

-- Oh, aqui está vc! - ;Ruby abraçou a minúscula cachorrinha que saltou sobre ela.

   O interior do trailer era abafado e pouco confortável.

-- Querem Chá gelado?

-- Não. Vc tem que descansar Ruby - Dulce disse. - Vou examiná-la e verificar sua taxa de glicose antes de ir embora.

    Resoluta, ela abriu a maleta que ciatumava carregar no BMW. Examinou a moça e constatou que estava bem.

-- :Não vá embora antes de eu lhe mostrar o quarto que Paco e eu fizermos para o bebê.

    Dulce sentiu o estômago se contrair. Queria sair correndo dali, mas a alegria quase infantil nos olhos de Ruby a comoveu. E mesmo contrariada, foi incapaz de dizer "Não".

(...)

                     XXX

-- Onde está meu advogado?

    Beatriz se inquietou na cadeira desconfortável da sala de Aldrich.

-- Ele deve ter ficado preso no trânsito. - Peter assistente do promotor sentou-se diante dela. - Quer telefonar pra ele?

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