Capítulo: 20

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-- Isso foi pura perda de tempo. - Ruby desabafou quando sairam do Centro médico.

-- Mas poderiamos ter conseguido. - Dulce a corrigiu. - Nosso azar foi que Sr. Ávila não  está no escritório hj. Deveríamos ter ligado.

-- Ao menos sabemos onde ele estará hj a noite. - Ruby acrescentou, fascinada com o imponente jaleco branco que usava.

    Beatriz andava de um lado para o outro do lado do carro enquanto aguardava pelas outras duas. E correu ao encontro da mesma assim que à viu saindo.

-- Falaram com o Sr. Ávila?

-- Não. Ele está em uma reunião fora da cidade, a Secretaria disse que a noite ele estará em um lugar chamado Razor's.

   Beatriz franziu a testa e abriu a porta do carro. Miss Mame manifestou sua alegria com latidos ensurdecedores, mas silenciou abruptamente ao receber um olhar de censura.

-- Aqui está! - Beatriz exclamou, agitando a agenda diante dela. - Aquela lista que Paco fez no dia em que morreu. Razor's. Achei que fosse algum tipo de produto, mas talvez ele fosse se encontrar com alguém lá.
   A quarta mulher? Dulce balançou a cabeça. A ideia de que Paco podia ter uma namorada além das três era intolerável.

-- Encontrou alguma floricultura? - Perguntou a Beatriz para se afastar dos pensamentos perturbadores.

-- Há uma floricultura na área de lazer. Paco comprou uma dúzia de rosas vermelhas. A florista não se lembra do dia exato.

-- Vamos para o hotel. - Dulce Sugeriu. - tentaremos descobrir mais alguma coisa lá.

    As três tiveram de se hospedar no único quarto disponível, com duas camas duplas. Beatriz exigiu uma só pra ela, e quase teve uma crise quando pagou a taxa extra para Miss Mame.
     Segundo o Conselho de Dulce, Ruby foi para o banheiro logo que entraram, mediu a dosagem de glicose e tomou uma injeção de insulina. Enquanto o medicamento fazia efeito, voltou para o quarto para desfazer a mala.
   As roupas de Beatriz ocupavam todo o espaço do armário, assim como as gavetas, restando apenas uma para Dulce e outra para Ruby.
   Ao comparar as roupas das outras mulheres ás dela Ruby chorou de constrangimento.

-- Ruby, vc está se sentindo bem? - Dulce perguntou ao vê-la parada diante da cômoda. - Como está sua taxa de glicose?

-- Normal. Verifiquei agora a pouco. - A jovem sorriu, hesitante em abrir a velha mochila desbotada. - Não vou guardar minhas roupas, deixarei o espaço pra vc.

   Dulce Maria franziu a testa, levando alguns segundos para compreender a razão daquela atitude. Quando percebeu que Ruby se sentia humilhada pela ostentação de Beatriz, seu coração se apertou.

-- Está blusa combina com vc. - Estendeu-lhe uma peça de seda branca. - Fique com ela. Vai combinar com as calças jeans que esta usando.

-- Está falando sério?

-- Claro que sim. Esta pronta para ir jantar?

   Atônita a generosidade, Ruby conseguiu apenas assentir.

-- Eu chamei o serviço de quarto. - Beatriz explicou quando alguém bateu na porta. - Pedi cabides e toalhas extras como desculpa para obter alguma informação da camareira.

    As três observaram a camareira entrar e colocar os itens na cama. Os olhos de Dulce se arregalaram quando Beatriz agitou uma nota de 20,00 dólares no ar.

-- Precisam de mais alguma coisa? - a mulher perguntou confusa.

-- Informação. - Beatriz resumiu, tirando da carteira uma foto de Paco. - Vc se lembra deste homem? O nome dele é Paco Álvarez.

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