-- O detetive me contou sobre... - Alfonso limpou a garganta. - Sobre as outras.
-- Ah, Ótimo!
-- Eu sinto muito. Apenas para registro, não somos todos iguais. - Ele completou em voz baixa, desculpando-se por todos os gênero masculino.
-- Não é verdade. - Ela retrucou. - Vcs são todos uns idiotas... Apenas se revezam.
-- Estou preocupado com vc. - Alfonso declarou, ignorando a hostilidade. E Dulce baixou a guarda.
-- Suponho que o detetive disse acreditar que Paco foi assassinado, não é? E deve ter mencionado, também que sou a principal suspeita.
Alfonso sentou-se no degrau próximo a ela e pousou os cotovelos nos joelhos.
-- Ele não disse, mas Insinuou.
Dulce riu sem humor, olhando para o céu azul e luminoso. A tranquilidade da pacata cidadezinha não combinava com seu estado de ânimo. Ela não pertencia aquele lugar.
-- Que tipo de informação ele tentou tirar de vc? - quis saber, preocupada.
-- Ele queria saber a quanto tempo eu conhecia Paco, quanto dinheiro ele me devia, o que eu sabia a seu respeito...
-- E o que sabe a meu respeito?
Alfonso apanhou um pedregulho do chão e o examinou com atenção exagerada.
-- Além de ser médica e ter um jardim silvestre, não sei muito.
-- Então pq está aqui?
-- Não sei. Suponho que me sinta um pouco responsável... Afinal eu fui procurá-la para falar das dívidas de seu marido.
Dulce o encarou, soltando chispas pelos olhos.
-- Acha que fiquei tão furiosa que decidi matá-lo?
-- Ei, eu não disse isso! - ele se defendeu erguendo as mãos.
-- Falou isso para a polícia?
-- É claro que não! Disse apenas que vc me parece uma pessoa boa e honesta que teve a infelicidade de descobrir que o marido a trapaceou.
-- Obgd por me entregar de bandeja.
-- Ao contrário, eu declarei que vc parece o tipo que não consegui matar uma mosca!
-- Só que, como vc mesmo mencionou, não sabe muito a meu respeito.
-- Mas gostaria de saber.
Dulce o ficou sem saber como interpretar aquela informação.
-- Não precisa me vigiar, Sr. Herrera. Vou honra a dívida de Paco. A menos é claro que eu vá para prisão.
-- É uma possibilidade, Dra. Álvarez, isso felizmente.
Dulce desviou o olhar e seu coração quase parou quando ela viu o detetive Aldrich em pé ao lado do portão.
-- O que o senhor quer?
O detetive sorriu e agitou um formulário no ar.
-- Tenho um mandato de busca para vasculhar sua propriedade e veículo.
Sem esperar que Dulce se pronunciasse, ele sinalizou para um grupo de homens uniformizados que o acompanhava.
O portão ranger com um gemido estridente quando foi aberto para que os homens entrassem. Confusa, Dulce observou os oficiais se espalharem pelo jardim, como se ela fosse um serial killer com corpos enterrados sob os canteiros.-- O que esta procurando? - ;exigiu já sabendo a resposta.
-- Uma droga chamada ouabaina. Temos de agir o mais rápido possível, antes que a senhora tenha a chance de eliminá-la.
-- ;De que diabos esta falando? - Alfonso se levantou e encarou o detetive com uma expressão séria.
-- Se eu descobrir que também está envolvido nesta confusão, Sr. Herrera não hesitarei em mandá-lo para a prisão com sua cúmplice.
-- Está maluco!
-- Bem- vindo ao meu mundo. - Dulce murmurou, dando as costas para o grupo. - Vou telefonar para meu advogado.
-- :Use meu celular. - O detetive a impediu com um toque firme no braço. - Será melhor se a senhora permanecer do lado de fora e em nosso campo de visão.
Contrariada, ela apanhou o telefone com um gesto brusco. Um dos homens abriu a porta da frente, e Dulce não conteve o ímpeto de gritar para detê-lo:
-- espere! Vou falar com meu advogado. Quero ter certeza de que vcs tem o direito de invadir minha casa.
O oficial olhou para Aldrich, e o detetive assentiu calmamente.
-- Eu sei o que estou fazendo doutora. - Ele Declarou com superioridade. - A propósito, já vasculhamos seu consultório.
-- E encontraram o que estavam procurando?
A julgar pela expressão frustada do homem, ela presumiu que ele não havia deparado com nada. Contou o que estava a contecendo, e Masterson a tranquilizou do outro lado da linha, afirmando que aquele procedimento era rotineiro no caso de suspeita de assassinato. Orientou-a a cooperar e Dulce desligou, sentindo-se mais calma.
-- O oficial tem minha permissão para entrar. - Devolveu o celular ao detetive.
Porém, uma bomba caiu sobre ela quando lembrou de Chris. O irmão estaria envolvido com drogas? Teria deixado algum vestígio no quarto que pudesse comprometê-la?
-- Não se preocupe. - Alfonso falou em voz baixa ao lado dela, como se adivinhasse seus pensamentos. - Assim que eles perceberem que não há nada irão embora.
-- Por que ainda está aqui?
-- Achei que talvez pudesse precisar de...
-- Não preciso. - Dulce declarou, dando-lhe as costas.
Embora a expressão consternada no rosto dele a tocasse, Dulce havia decidido que não queria nenhuma interferência em sua vida. Especialmente do gênero masculino.
-- Aldrich! - Um dos homens gritou. - Aquí!
Em pânico, Dulce correu atrás do detetive, vagamente consciente da presença de Alfonso.
Um dos oficiais tirava fotografias de um canteiro perto da cerca, enquanto o outro estudava a folhagem. Ela não sabia o nome daquela planta mas, em algum lugar de sua memória, lembrou-se do aroma do Chá que a tia preparava.-- Pq esta tão interessado no meu jardim? - perguntou ofegante.
-- A senhora deve pensar que somos retardados mentais não é mesmo doutora? - ele se agachou diante do canteiro e tirou a placa caída entre a folhagem. - Veja com seus próprios olhos.
Dulce sentiu o chão sumir dos seus pés ao ler a ideia inscrição gravada na placa de metal: Strophantus.
-- Esta planta fornece a Ouabaina. O extrato das folhas pode matar, especialmente em alta dosagem. Claro somente um químico conseguiria obtê-lo... - O detetive sorriu com. Sarcasmo. - Ou uma médica.
Ela desejou correr, mas as pernas pareciam cravadas no chão.
-- Dulce María? - a Sra. Hernández chamou do jardim vizinho. - Eu trouxe uma receita de... Oh! O que esta acontecendo aqui?
Ela suspirou. Agora a Sra. Hernández teria assunto na coluna dia jornal por muitas semanas. O que mais faltava acontecer.
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Um Amor de Verdade
RomansaDulce Maria Álvarez tinha tudo pra ser feliz: Um casamento perfeito com um homem que era o sonho de toda mulher, a profissão que sempre sonhará ter e uma linda casa na pacata cidadezinha de Smiley. Então,por que ela tinha a sensação de que uma Catá...