Capítulo : 13

151 10 0
                                    

-- O que quer de mim? - externou a dúvida, decidida a esclarecer o assunto de uma vez por todas. - Quero dizer, além dos Cem mil dólares que lhe devo?

-- Na verdade, eu gostaria de entrar e conversar com vc um minuto.

-- Não. Isso está fora de questão, se insistir em ficar vou telefonar para a polícia e acusá-lo de invasão de propriedade.

-- Doutora!

    Dulce furou a cabeça a tempo de ver o flash da câmera de televisão. No portão, uma mulher parada segurava o microfone e acenaram enquanto o parceiro filmava.

-- Vc matou seu marido pq ele estava casado com outras duas mulheres?

-- Saiam já da minha propriedade. - ela disse no tom mais calmo que pôde.

-- Vcs três se uniram para se vingar do marido em comum?

   Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, Alfonso avançou para o portão.

-- Quem é vc? - a repórter perguntou enfiando o microfone no nariz dele.

-- Sou do serviço de controle de pestes, e vc é a maior delas. - Alfonso tapou o microfone. - Vcs estão invadindo a propriedade e a privacidade de uma cidadã, e tem dois segundos para desligar essa câmera e ir embora. Um...

-- Mas...

-- Dois... Três! - Sem hesitar um segundo, Alfonso tirou o microfone das mãos da repórter e o atirou no meio da rua. - Se não sairem imediatamente, farei o mesmo com a câmera.

   O cinegrafista agarrou a alça do equipamento e os dois  se afastaram rapidamente.
    Alfonso voltou para perto de Dulce María.

-- Onde estávamos? Ah agora lembro... Eu havia sugerido que entrássemos para conversar.

   Dulce o encarou por alguns minutos, não podia negar ele era um homem de coragem.

...

   Dulce colocou dois copos de chá gelado sobre a mesa da cozinha.

-- Sua casa é maravilhosa. - Alfonso comentou, depois de matar a sede.

-- Era da minha tia avó. Rosa tinha muito bom gosto.

-- De fato. Foi ela quem plantou o jardim?

-- Sim. Minha contribuição durante os últimos seis meses foi negligenciá-lo completamente.

-- Pq diabos sua tia avó cultivava Strophantus?

    Dulce ergueu os ombros e sorveu um gole do Chá.

-- Tia Rosa acreditava ser uma grande curandeira. Ela adorava cultivar ervas e fazer chás terapêuticos. Sinceramente, duvido de que pudesse extrair Ouabaina. - Ela passou o dedo pela a borda do copo, pensativa. - Minha  tia morreu de um infarto fulminante. Eu sabia que ela era cardíaca, mas agora, comeca a fazer sentido. Talvez ela estivesse planejando experimentar o Chá. Seja como for, a polícia confiscou as plantas, o caderno de anotações de tia Rosa e o forno que ela usava para desidratar as folhas.

-- Isso quer dizer que os peritos podem encontrar suas digitais nesse forno?

-- Creio que não. O forno ficava na estufa, onde eu raramente entrava. - Ela sorriu com saudade. - Aquele era o santuário de tia Rosa, e ainda me sinto  como se estivesse violando a privacidade dela.

   Alfonso a estudou por alguns segundos com um brilho reverente no olhar.

-- O que seu advogado acha do caso? - mudou de assunto, desviando os olhos e a atenção da mulher que o fascinava.

Um Amor de VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora