Capítulo: 5

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-- Depois do serviço fúnebre em Northbend, o meu marido será enterrado na lápide da família. - Beatriz esclareceu. - Eu já contratei os serviços da casa funerária.

-- Paco sempre me disse que gostaria de ser cremado. - Dulce lembrou.

   Ruby ergueu a mão, quando todos olharam para ela, um intenso rubor cobriu a pele alva do rosto quase infantil.

-- Paço e eu conversamos muito sobre congelar o corpo quando ele morresse. - ela declarou com timidez. - Assim poderíamos trazê-lo de volta a vida quando a ciência estivesse mais evoluída.

-- Oh, seria maravilhoso! - Beatriz olhou para o teto. - A única razão pela qual eu desejaria trazer aquele bastardo de volta a vida séria para mata-lo novamente.

Os olhos de Ruby se arregalaram e Dulce suspirou.

-- Acalme-se Beatriz. - O advogado a a divertiu.

-- Como espera que eu permaneça calma? - ela rosnou, virando-se pra Ruby e Dulce. - Vcs duas... Não ousem pensar em comparecer ao funeral!

    Dul por sua vez balançou a cabeça, surpreendentemente tranquila Apesar das circunstâncias.

-- Não pode me impedir.

-- Senhoras, por favor, ainda temos muitos detalhes a tratar. - Gaylord tentou apaziguar os ânimos. - Vamos voltar ao tema da nossa reunião.

-- Eu me recuso a assinar o acordo, a menos que possa ir ao funeral.

-- Eu também! - Ruby imitou Dulce. E Beatriz as encarou, fuzilando-as com o olhar.

-- Eu não compreendo! Paço nos enganou e humilhou... Pq vcs duas fazem tanta questão de se despedir dele?

   Dulce umedecido os lábios mas por um momento sua voz não saiu.

-- Pq eu o amava. - Murmurou finalmente, em quase inaudível. E por uma fração de segundo, experimentou uma breve conexão com Ruby.

-- Estamos perdendo tempo com essa discussão. - Billy empurrou o formulário do acordo para o centro da mesa.

-- Pq? - Gaylord respirou fundou para  recrutar toda paciência possível.

-- Pq a primeira esposa de Paco não é a única herdeira.

-- Do que vc está falando? - exigiu Beatriz, livida. E Ruby acariviou o ventre com um sorriso terno.

-- Estou gravida.

                  XXX

...

   Deprimida, Dulce abriu a porta do armário e deparou-se com os impecáveis ternos do marido. O que faria com aquelas roupas? Pior: o que faria com o restante da sua vida?
   Desolada, sentou-se no chão e apoiou o rosto sobre os joelhos. Como se não bastasse ter outras esposas ele teria um filho!
  Um ruido distante penetrou sua mente, e ela levou alguns segundos para perceber que se tratava da campainha. Sentiu todo seu corpo doer quando se moveu lentamente para descer as escadas. Depois da noite terrível no hospital, não conseguia dormir mais do que uma hora.

-- Sra. Hernández... - Murmurou ao abrir a porta e se deparar com Helen sua vizinha.

-- Sra. Álvarez, sinto tanto pela perda do seu marido!

-- Obrigada.

-- Ouvi dizer que ele morreu em um acidente de carro é verdade?

-- Não. Paco teve um ataque cardíaco depois do acidente.

Um Amor de VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora