Beatriz avistou a placa que indicava a entrada de Smiley e reduziu a marcha. Pretendia passar pela loja de penhores na volta da Paducah, mas a pernoite na delegacia havia atrapalhado seus planos.
Gaylord convenceu Aldrich e Peter que a lista de formas possíveis de Assassinato não se tratava de evidências, e sim de um desabafo. Ela fora liberada com a condição de não sair do pais até o final do processo. E, se não fosse por Gaylord, Ruby ainda estaria detida, pois seu advogado simplesmente desapareceu.
Como se não bastasse isso tudo, suas contas se acumulavam e os credores não paravam de telefonar depois que a notícia da morte de Paco saiu nos jornais.
Desvencilhou-se das preocupações e se concentrou no trajeto. Seguiu pela rua principal de Smiley e encontrou com facilidade a casa de dois andares, com jardim bem cuidado e grades de proteção nas portas e janelas. Uma discreta placa com os dizeres "Casa de Penhores Herrera" Pendia sobre o portão.-- Em que posso ajudá-la? - Um rapaz se aproximou sorrindo.
-- Sr. Herrera?
-- Não. Sou Christian Saviñon.
-- Oh... - Ela franziu a testa ao reconhecer o sobrenome. - É o irmão de Dulce Maria Saviñon?
Christian a estudou com atenção, e a expressão dele se abriu.
-- Vc é Beatriz Álvarez.
-- Como sabe quem sou?
-- Digamos que eu tenha ouvido muito a seu respeito... Vou dizer a Alfonso que está aqui.
Beatriz passeou pela sala enquanto esperava, olhando com desgrado ao redor. Não podia se imaginar rodeada de tanta bagunça.
-- Sra. Álvarez? - Ela se virou para se deparar com um homem não muito alto porém muito bonito. - Sou Alfonso Herrera. Meus pêsames pela perda do seu marido.
Ela arqueou a sobrancelha e tomou a mão estendida. Ao menos além de bonito ele também tinha bons modos.
-- Suponho que tenha alguns ítens em sua possa que podem me interessar, Sr. Herrera.
-- É verdade. Por aqui, por favor.
Ela o seguiu para um depósito ao final do corredor, surpreendentemente limpo e organizado. Seu olhar imediatamente pousou em uma coleção alinhada sobre a mesa. A valiosa estatueta de bronze chamou-lhe a atenção: Estava em boas condições.
Alfonso tirou uma lista da gaveta da escrivaninha.-- Esses são os ítens que seu marido penhorou no último ano. Depois de conversar com Dulce Maria, presumi que alguns devem ser seus.
Ela se aproximou e conferiu os ítens um a um.
-- Todos estão na minha família há muitas gerações. - Concluiu com firmeza.
-- Já vendi alguns, inclusive um candelabro de prata. Tenho nojo telefone do comprador, e vou entrar em contato para tentar reavê-lo.
-- É muito gentil da sua parte, Sr. Herrera, mas não terei condições de pagar por tudo isso.
-- Não é justo que eu fique com esses ítens, já que não foram vendidos. Minha política é devolvê-los à família, no caso de falecimento da pessoa que o penhorou.
Beatriz piscou, admirada com a honestidade do homem. Passou a avaliar as moedas antigas, e se deteve no Rélogio de ouro cravejado de diamantes.
-- Este relógio não é meu. Deve ser de Dulce.
-- Também não é dela. Eu já Verifiquei.
-- Vejo que a conhece bem. - Insinuou com malícia. - O detetive Aldrich me disse que vc e Dulce estão tendo um caso.
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Um Amor de Verdade
RomanceDulce Maria Álvarez tinha tudo pra ser feliz: Um casamento perfeito com um homem que era o sonho de toda mulher, a profissão que sempre sonhará ter e uma linda casa na pacata cidadezinha de Smiley. Então,por que ela tinha a sensação de que uma Catá...