-- O que vc prefere? - Christian estendeu os jornais da manhã sobre a mesa da cozinha. - "Fêmeas fatais", " Viúvas Vingativas" Ou "Esposas Homicidas"?
Dulce enfiou a colher na taça de iogurte com tanta força que foi um milagre não tê-la quebrado.
-- Isso é o melhor que eles podem conseguir?
-- Eu pessoalmente prefiro o artigo da Sra. Hernández: " Esposas em Excesso ". - Ele riu e serviu-se de café. - A propósito, ela telefonou há pouco e deixou uma mensagem. Ainda quer ouvir o seu lado da história.
-- Ninguém quer ouvir meu lado da história. A verdade não é tão excitante quanto a ficção.
-- Agora que teve alguns dias para pensar, quem vc acha que matou Paco?
-- É difícil imaginar que Beatriz ou Ruby possam ter cometido um assassinato.
-- Mas de acordo com o que vc me contou, Ruby seria bem capaz de matar.
-- Christian! Eu não disse que ela matou o homem. Foi um acidente, e temos de considerar que Ruby teve uma infância difícil. Ela é ingênua demais para cometer um crime planejado. No entanto, eu não ficaria surpresa se fosse Beatriz. Dentre nós três ela parece a mais vingativa.
-- Vaud passar pelo detector de mentiras amanhã?
-- Vou. E pior é que o promotor Peter quer observar, o que me deixa pouco a vontade.
-- Fique tranquila. Alfonso e eu estávamos conversando a esse respeito, e ele disse que esses aparelhos de última geração são muito precisos. - Christian olhou para a irmã com expressão atenta. - Aliás, ele me pergunta sobre vc todos os dias.
-- Deve ser por que os negócios andam parados.
-- Ao contrário, os negócios estão indo muito bem.
-- Que bom para ele. Afinal o Sr Herrera tem duas crianças pra alimentar.
-- Por que está tão determinada a não gostar dele?
-- Não é nada disso. - Ela se levantou e colocou a louça do café da manhã sobre a pia. - Não está atrasado?
Christian então olhou no relógio de pulso e terminou de comer rapidamente.
-- Tem certeza que vc não se importa em me empresta seu carro?
-- Não vou precisar dele. Ficarei em casa o dia todo.
-- Então até mais tarde. Trarei uma salada para o almoço. Há e mais uma coisa tranque as portas.
Dul se despediu do irmão, desejando que ele não tivesse de ir trabalhar. Depois de encher uma xícara com café ela subiu para o quarto, sentindo que as pernas se moviam automaticamente. Assim, decidiu se concentrar apenas em tarefas que pudesse controlar... Como tomar banho. Entrou sob o Jato quente de água e no mesmo instante lembrou-se de que ela e Paco costumavam fazer amor no chuveiro.
O pensamento seguinte, porém desmanchou qualquer possibilidade de nostalgia. O amor de Paco não passava de uma ilusão. O que ela havia julgado ser a essência da vida, para ele não passava de um jogo intrincado.
Saiu do banho e vestiu uma camiseta e uma calça jeans desbotadas. Um olhar no espelho confirmou que ela parecia tão derrotada quanto se sentia.
De repente o rosto de Alfonso dançou em sua mente. Por que ele tinha de se intrometer até em seu pensamento? Com aqueles sorrisos promissores e infantil, com palavras sedutoras, Alfonso Herrera estava simplesmente brincando com ela. Afinal ele já havia admitido que se sentia culpado. Era óbvio que sentia pena dela.
Quando saiu para o jardim desolador e viu os repórteres rondando a casa, ela concluiu que não conseguia controlar a imprensa, a investigação e nem mesmo seus pensamentos.
No intento podia controlar o jardim. Decidida, foi a garagem e apanhou o cesto com o material de jardinagem. Ouviu o telefone tocar dentro de casa, mas ignorou o chamado.
Ao respirar o ar úmido da manhã, ela soube que havia tomado a decisão certa. Cuidar do jardim a distrairia. Avaliou com olhar crítico o caminho que Alfonso reformou, notando que ele teve o cuidado de não danificar a grama delicada que crescia entre os vãos de pedras. Tinha ficado perfeito pensou sorrindo.
Animando-se, ela se ajoelhou sobre o canteiro de ervas aromáticas e começou a arrancar as pragas. A atividade era terapêutica e perdeu a noção só tempo até ouvir o ruido do carro na garagem. Percebeu que estava com fome, torcendo para que o irmão tivesse lembrado de trazer a salada que prometeu.
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Um Amor de Verdade
RomantizmDulce Maria Álvarez tinha tudo pra ser feliz: Um casamento perfeito com um homem que era o sonho de toda mulher, a profissão que sempre sonhará ter e uma linda casa na pacata cidadezinha de Smiley. Então,por que ela tinha a sensação de que uma Catá...