Capítulo: 8

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-- Beatriz Álvarez, quando ficou sabendo que seu marido era ilegalmente casado com outras duas esposas,  a Dra. Dulce María Espinosa  e a Srta. Ruby Lynn Hicks?

     Beatriz não se surpreendeu por o detetive ter conhecimento das outras duas esposas e respondeu com naturalidade.

-- As conheci a dois dias atrás, quando do fui visitá-lo no hospital.

-- Conte-me tudo o que aconteceu por favor.

    Ela tateou a mão esquerda em um gesto involuntário, à procura da Aliança de casamento. Sentiu-se subitamente nua sem o anel que permanecera em seu dedo anular por tantos anos, e se pôs a brincar com o solitário de diamante, que havia sido presente de seu falecido esposo quando haviam ficado noivos.

-- Eu recebi um telefonema da enfermeira do hospital por volta das 21:00hrs da noite. Ela queria confirmar os dados do seguro saúde de Paco. Contou que ele havia se envolvido em um acidente de carro, e havia sofrido pequenos ferimentos, mas que não podia dirigir de volta para casa. Imediatamente eu me dispus a ir buscá-lo.

    Beatriz olhou de solaio para o advogado, que sinalizou: que ela estava indo bem.

-- O que aconteceu quando chegou ao hospital?

-- Fiquei sabendo que Paco sentia dores no peito. - Ela fechou os olhos brevemente, revivendo a cena. - Quando entrei no quarto, encontrei Dulce María e a outra jovem no aposento.

-- E então? - Aldrich projetou o corpo, como se antecipasse a melhor parte da história.

-- Paco apertou o peito e gemeu. Dulce María chamou uma enfermeira e como é médica, ficou no quarto enquanto ele era socorrido. A outra moça e eu aguardávamos no corredor . Dulce María saiu logo depois, e foi quando descobrirmos que ele estava casado com as três.

-- A senhora e o senhor Álvarez não se divorciaram?

-- Não.

-- E ele nunca havia mencionado por alto essa possibilidade?

-- Não. Por que deveria? - Ela perguntou irritada. - Meu marido me amava, detetive. Nós nos casamos por amor e juramos perante a Deus que somente a morte nos separaria.

-- Vcs se casaram por amor... - ele repetiu, balançando a cabeça. - A senhora é uma mulher rica, Sra. Álvarez.

-- Está insinuando que Paco se casou comigo pelo meu dinheiro? - Um sorriso cínico brincou nos lábios de Beatriz. - Para saber isso, o senhor teria de perguntar a ele.

-- Eu faria isso mais alguém o assassinou.

Beatriz se inquietou na incomoda cadeira.

-- Detetive pq o senhor tem tanta certeza que meu marido foi assassinado?

-- Os testes toxicológicos preliminares revelaram algo suspeito.

-- O que suscita uma pergunta. - Gaylord se manifestou-se pela primeira vez. - Quem autorizou a autópsia do Sr. Álvarez?

   Aldrich sustentou o olhar cravado sobre ele, mantendo uma expressão inabalável.

-- Tenho de admitir que foi um erro de nossa equipe. Uma autópsia foi requerida para um homem que estava na maca ao lado do Sr. Álvarez no necrotério. Algum estúpido não verificou as identificações e os corpos foram trocados. O períto já havia começado a autópsia quando descobriu o equívoco, e prosseguiu ao perceber que havia algo errado.

-- O que havia de errado? - o advogado quis saber.

-- Aqui está uma cópia da perícia. -  Aldrich colocou uma folha sobre a mesa. - O texto foi redigido em linguajar técnico, mas basicamente é possível compreender que o músculo do coração não mostra sequelas tipicas de um ataque cardíaco. Diante disso, o períto pediu um exame toxicológico e o resultado foi uma altíssima dosagem de Oubaína na corrente sanguínea do Sr. Álvarez.

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