Capítulo 12 - Viktor

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— Você gosta dele. — A voz de Leona pareceu distante, mas foi o suficiente para me acordar para a realidade e perceber que eu encarava a figura loira há vinte metros distante de mim.

— Claro que não. Ele é um escroto. — Falei rapidamente, de modo quase agressivo, mesmo que não houvesse sido a intenção.

— É por isso que você gosta dele. — A morena voltou a tomar seu chá gelado.

Harvey havia começado a se dar bem com os garotos do basquete. Há alguns dias, não só havia participado de alguns treinos como estava começando a sentar com eles no intervalo, provavelmente para jogar depois. Aquilo me irritava profundamente, porque ele estava indo muito bem e, com isso, voltara a andar com as pessoas escrotas que costumava andar, incluindo Markus, o novo queridinho do time.

— Deixe de ser idiota. — Resmunguei, começando a ficar irritado. Não sabia se era com Leona ou com Harvey, que sorria gentilmente para aqueles imbecis.

— Você só está reafirmando que gosta dele. — É claro que ela falava aquelas coisas para me provocar, mas ela estava conseguindo. Especialmente quando seu olhar foi para o outro canto do refeitório, onde Sven chegava com um par de amigos do grupo de teatro. — Parece que Sven perdeu a vez com você, hein?

Foi nessa hora que me levantei, caindo na provocação dela como um patinho. Nunca fui muito bom em controlar minhas emoções, e Leona sabia muito bem daquilo.

— Quer saber? Eu vou chamar Sven para sair.

— Eu duvido. — Disse ela, fomentando propositalmente minha raiva. Bufei e pisei rigidamente no chão em direção a Sven, sentindo meu coração afundar dentro do peito a cada passo, até ficar a sua frente. Toda a coragem a qual estava possuído dissipou-se com a aproximação.

— Hey, Viktor. — Foi ele quem falou primeiro, sorrindo calmamente. — O que há?

— Hey, eu... — Cocei minha cabeça, sentindo meu rosto queimar. Eu odiava a forma como eu ficava quando estava perto de Sven. — Queria saber se... — Sven me olhava curiosamente, o que me deixava ainda mais nervoso. — você tem algo para fazer hoje à noite...

— Hoje? — O menor pensou um pouco antes de responder. — Não, nada. Por quê? O que você propõe?

— Podemos fazer algo... digo, eu não tenho nada para fazer, então...

— Sim. Tudo bem. — Sven sorriu novamente. — Eu aceito.

Sorri com ele, feliz e aliviado. Não sabia mais por quê havia feito daquilo um drama durante todo aquele tempo.

— Okay. Me passa seu número? — Saquei o celular, entregando-o para que pudesse gravar seu telefone. Ele o fez prontamente, e me entregou o aparelho em seguida.

— Me chama, e a gente marca. — Sven deu uma piscadela antes de eu me afastar e voltar para a mesa onde anteriormente estava sentado. Mostrei a língua para Leona, triunfante, e ela ergueu as duas mãos em rendição.

— Na sua cara. — Fiz questão de dizer.

— Que conquista enorme, hein? — Retrucou, claramente irônica, mas apenas lhe dei o dedo do meio em resposta.

***

— Então, onde vamos? — Sven me olhou acima de seu ombro, enquanto balançava suas pernas infantilmente, sentado no suporte para bicicletas do parque escuro.

— Eu não sei. — Dei de ombros, recostando-me ao seu lado.

— Pensei que você tivesse ideia já que, tipo, você que me chamou para sair. — O menor começou a rir.

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