•livro totalmente independente, porém se quiserem entender melhor, leiam sem razão antes•
Ele não é bom, ele não é a luz, não é a calmaria, muito menos a paz.
Ele é um caos, formado por cacos que cortam a quem tocar.
E ele sabe que não é bom pra ni...
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—Por que você faz direito ?
A menina estressante de ontem pergunta ao meu lado, com o queixo em cima do punho, totalmente entediada por causa do atraso da professora, assim como eu.
—Por que eu não tinha nada melhor pra fazer.
Respondo, pensando seriamente se compensaria fazer essa aula.
—Eu estou fazendo por causa da grana. -ela sussurra como se fosse um segredo.
Não a respondo e percebo que ela fica cada vez mais inquieta ao meu lado.
—Isso é extremamente irritante. -falo sobre a perna dela que não parava de bater conta a cadeira.
—Você acha que ela faltou? -ela pergunta ignorando o que falei, batendo ainda mais o pé contra a cadeira.
Suspiro irritado.
Preciso de ar
Essa menina consegue de um jeito estranho tirar todo o ar do ambiente com a presença dela.
—Ela não falta. -respondo-a, esperando pelo divino silêncio que nunca chega.
—Ah, que pena. - aproveito que ela se distraiu com algo no celular e a observo.
Eu só a vi de cabelos preso esses dias, está diferente agora, acabo me distraindo com uma cicatriz que achei em seu ombro.
—Foi meu irmão. -Ela diz e eu desvio o olhar pra qualquer outra coisa. —Quer dizer, foi mais ou menos ele, éramos pequenos e o idiota raspou o cabelo da minha boneca.
Ela fala com uma indignação exagerada na voz.
—Quando eu descobri, fiquei muito puta, depois de pular em cima dele, ele ainda teve a coragem de me empurrar, acredita?
Ela diz animada, isso nem faz sentindo, por que ela está animada contando isso?
—Inacreditável. -murmuro olhando pra porta, esperançoso que a professora apareça.
—Exatamente, eu caí em cima do abajur e o vidro entrou no meu ombro.
Ela suspira assim que termina de falar.
—Pelo amor de Deus, para de falar. -peço tentando não ser grosseiro, me esforçando muito pra isso.
—Tuuudo bem. -ela diz finalmente se calando. —Desculpa, não consigo, estou ansiosa.
Me limito a não perguntar o porque, mas já sei que ela vai responder mesmo assim.
—Vou procurar emprego hoje.
Ela faz exatamente o que pensei.
—Eu não me importo nenhum pouco com isso. - a única alternativa foi ser arrogante e que pelo amor de Deus, que isso funcione.
