—ISSO NÃO FAZ SENTINDO PRA MIM. -Grito sem me importar se alguém vai ouvir ou não, não importa mais, nada mais importa. Tento segurar o choro, não quero parecer fraca na frente dele, mas é quase impossível quando já posso sentir as lágrimas caindo.
—Eu não entendo, juro que não entendo.- falo sem olhar pra ele, nem ao menos tenho coragem disso, porque eu preciso ir e se eu olhar pra ele vai ser mais difícil. —Você parecia gostar de mim, nós parecíamos sei lá, estávamos indo bem, eu acho que eu a menos mereço uma explicação, mais do que isso, por que nada do que você falou faz sentindo pra mim, você simplesmente vai sumir e pronto?
—Eu não sou bom, eu já disse, eu sempre falei. -ele diz e eu me obrigo a olhar pra ele. —Eu não consigo estar ao seu lado, porque existe um motivo pra não quererem ficar perto de mim, ou por eu não querer ninguém perto de mim.
Ele diz calmo, como se isso nem sequer o afetasse, a minha vontade é me jogar pela escada de tão burra que fui, porque só eu estou chorando e provavelmente só eu estou sentindo a dor.
—Eu não quero te magoar, não quero tirar o seu brilho, sua felicidade. -ele diz se aproximando, mas me afasto de maneira brusca e ele recua. —Eu juro que só estou fazendo isso, porque eu amo você, você não entende como é doloroso falar isso? Eu nunca falei essa merda pra ninguém na minha vida, porque passei ela toda odiando todo mundo até encontrar você, mas não posso apagar uma vida todo de confusões e corações quebrados.
Ele diz se afastando ainda mais, eu o olho paralisada.
— Você acha que dizer isso vai ser mais fácil pra mim? -falo passando as mãos no rosto, limpando as lágrimas, ouvir um eu te amo nunca foi tão doloroso pra mim quanto agora, eu preferiria ser humilhada como fui há anos atrás na festa do nick, seria mais fácil de seguir em frente.
—É a única coisa que eu quero que você saiba antes de ir embora. -ele diz. —Não vai embora pensando que estou fazendo isso porque não quero ficar com você e que estou te rejeitando, eu sei das coisas que eu fiz, eu sei da pessoas que magoei e fazer isso, é a minha prova de amor, eu nunca me imaginei dizendo isso, mas porra, eu não aguento mais.
—Isso é injusto, você me deixou se aproximar de você, permitiu que eu sentisse coisas e agora você me manda ir embora? Eu que preferiria nunca ter conhecido você, porque se você não queria me machucar, saiba que falhou.
Falo pegando minha bolsa na mesa e saio sem dar oportunidade pra ele falar, mas ele nem sequer tenta me parar.
Ele nem sequer chama meu nome e pela última vez, eu o olho antes de sair pela porta.
Ele me olhava de maneira perdida, me fazendo querer voltar, mas continuo o meu caminho pra longe dele.
Já que é isso que ele deseja.
Tendo secar as lágrimas, não deveria ser tão doloroso assim.
Algo que nunca começou, terminou e eu não sei lidar com isso. Eu via tanta verdade nele, nas palavras dele, nas ações dele e não entendo como chegamos aqui.
Por que ele é bom pra mim, mas ele não sabe lidar com os próprios erros, que são totalmente insignificantes pra mim.
Pessoas erram o tempo todo e eu entendo isso, eu acredito totalmente nele quando ele diz quem era, mas não acredito quando ele se coloca como há quatro anos atrás.
Olho pela última vez para a porta dele, antes de entrar no elevador, esperanto que até o fechar das portas, eu possa ouvir ele me chamar.
Porque eu voltaria sem nem pensar duas vezes, mas quando as portas do elevador se fecharam, as minhas esperanças ficaram atrás dela.
—Pode por favor me contar o que aconteceu? -Meu irmão pergunta pela milésima vez, ignorando o filme que passava na tv, que ele odeia, mas insistiu em ver pra me consolar.
—Não tem nada pra contar, Luke. -Suspiro, tentando soar indiferente. —Apenas acabou o que nem tínhamos começado, só isso, acontece.
Falo, ignorando a vontade de voltar a chorar, eu não consigo negar esse sentimento que conseguiu se apossar de mim, o que antes eu fazia muito bem.
—Por que? -Ele pergunta e eu balanço os ombros.
—Eu também não sei, acho que ele tem que resolver as próprias coisas internas. -O respondo, com a voz embargada pelo choro que eu me recusava a soltar. —Eu tentei, Luke, eu continuaria tentando se ele não tivesse me expulsado da própria vida.
Tombo a cabeça no ombro do meu irmão, desistindo de seguras as lágrimas.
—Você quer que eu bata nele? -Ele pergunta sério. —Quebrar o braço dele, o nariz?
Ele sugere e continua:
—Qualquer coisa pra você não se sentir assim. -Ele me aperta contra si.
—Tudo que eu quero agora é ver esse filme chato de comédia, chorar até não houver mais lágrimas, eu não quero nada mais do que isso.
A não ser ele.
Bônus do bônus do bônus, o próximo é só amanhã, bj
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CAOS
Romance•livro totalmente independente, porém se quiserem entender melhor, leiam sem razão antes• Ele não é bom, ele não é a luz, não é a calmaria, muito menos a paz. Ele é um caos, formado por cacos que cortam a quem tocar. E ele sabe que não é bom pra ni...