—Você sabe o que estão falando por aí? -Cole pergunta se sentando ao meu lado, como sempre insiste quando eu fico no refeitório, o que é bastante raro.—E o que estão falando por aí? -pergunto cheio de tédio, me forçando a comer o sanduíche que estava na minha frente.
—Que o Theo vai pegar a novata. -ele diz animado como se ansiasse por isso, franzo a sobrancelhas, tentando entender o que eu tenho a ver com isso.
Ele parece entender, porque bufa assim que vê meu olhar totalmente desinteressado.
—As vezes você pede pra ser sozinho. -ele diz.
—E o que peço todos os dias. -falo com um sorriso torto nos lábios. —Mas tem alguns que não cérebro o suficiente pra entender isso.
Volto minha atenção para o sanduíche na minha frente, tão ruim quanto o preço.
—Não preciso da sua caridade.
Concluo sem encarar ele, de fato, não preciso da caridade de ninguém, eu não preciso de alguém pra andar nos corredores dessa faculdade, o que eu quero, eu tenho.
Eu sou tudo, menos sozinho, tenho mulheres, um monte delas, quando me sinto sozinho, eu apenas procuro uma festa, simples assim.
Elas nem tentam falar comigo aqui, sabem que não vão conseguir nada, mas quando me encontram em festas é totalmente diferente.
Eu não preciso de mais ninguém.
Penso tentando ao máximo me convencer disso.
—Certo. -diz ele dando batidinhas animadas na mesa antes de levantar e ir embora.
Deixo o sanduíche de lado, desistindo de ficar aqui. Caminho até a sala que eu estava, sabendo que agora é única vazia, ou pelo menos, quase.
Percebo uma movimentação quando me aproximo, respiro fundo quando finalmente entendo o que é, abro a porta que já estava entreaberta, trazendo os olhares até mim.
—Então você continua com essa mania de machucar pessoas mais fracas que você. -falo com calma, observado a mão dele se alargar em volta do braço dela, sentindo seus amigos idiotas ficarem tensos.
—Parece que se esqueceu da última vez. -completo e ele a solta de vez, sem tirar os olhos de mim.
—Eu não me importo em repetir pra relembrar. -Falo enquanto fecho a porta atrás de mim e me escoro nela, cruzando os braços.
—Agora você se importa com alguém que não seja você mesmo? -ironiza ele, a deixando de lado, intercalo meu olhar dele para ela, que estava nitidamente assustada, volto minha atenção pra ele com um sorriso torto.
—Eu não poderia me importar menos como agora. -falo firme, sabendo que essa é a mais pura verdade, os amigos dele o olham, esperando por alguma reação, que obviamente não é nenhuma, ele com certeza se lembra da última vez.
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CAOS
Romance•livro totalmente independente, porém se quiserem entender melhor, leiam sem razão antes• Ele não é bom, ele não é a luz, não é a calmaria, muito menos a paz. Ele é um caos, formado por cacos que cortam a quem tocar. E ele sabe que não é bom pra ni...