—Eu moro aqui perto. -a loira gostosa diz com a boca no meu ouvido, se apertando contra mim.
Sorrio olhando pra direção contrária,bebendo o resto de vodka.
—E o que você quer? -volto minha atenção a ela, me divertindo com as investidas que vinham dela.—Eu quero o que eu estou sentindo contra mim, dentro de mim.
Ela beija meu pescoço sem se importar com as pessoas que estavam em nossa volta, se esfregando em mim, seguindo a batida da música, mas não me movo.
Não vim na intenção de dançar ou comer alguém.
—Deixa pra próxima, gata. -falo alto o suficiente pra que ela ouvisse, dando uma leve empurrão para que ela abrisse espaço pra mim passar, ela não liga, pois continua dançando.
Vou diretamente a quem eu queria ver.
—Quantos? -O ruivo é direto, sabendo o que eu quero.
—Cinco. -respondo entregando o dinheiro.
—Se você usar tudo de uma vez, vai acabar tento uma overdose. -ele diz me entregando o saquinho e eu sorrio.
—Desde quando um traficante se importa com a vida de seus usuários? -ironizo, colocando uma pílula na boca.
—Eu preciso de alguém vivo pra comprar. -ele ironiza. — Eu soube o que aconteceu com você e o Theo, de novo, cara?
Ele diz como se estivesse me dando uma bronca, arqueio as sobrancelhas.
—Não quebrei a cara dele de novo, foi uma conversa amigável. -dou de ombros e balanço a cabeça, sentindo a droga fazendo efeito.
—Mas não é nada amigável o que ele anda falando que vai fazer com você. -ele diz antes de desviar a atenção pra outra pessoa que queria comprar.
Suspiro, cansado dos dramas do Theo, isso foi a uns dois anos atrás, ele tinha uma namorada, mas vivia com se não tivesse e como sempre, ela se fazia de surda sobre o que ouvia sobre ele, quando finalmente viu com os próprios olhos, a mina surtou, o xingou de tudo que é nome e ele como um "bom rapaz" a deu um soco no meio de todo mundo e infelizmente eu estava nessa festa.
Talvez eu tenha exagerado, porque continuei socando e socando, mesmo com ele desacordado debaixo de mim, ele continua com esse drama de vingança e bla bla bla e eu continuo esperando.
—O que ele quer com a garota nova? -pergunto, Daniel sabia de tudo que acontecia nessa faculdade.
—Comer ela. -ele diz enquanto jogava um saquinho pra outra pessoa e se escorava na parede, exausto.
—Ele começou bem. - Ironizo enquanto examino a festa, menos cheia do que costuma ser, levando em consideração que hoje é quinta.
—Só toma cuidado cara, ele sempre foi covarde. -Avisa ele e eu dou de ombro, pouco me importando.
—Você não pode ficar faltando quando bem entender. -Cole diz aparecendo ao meu lado.
Puta que pariu, nunca o odiei tanto como agora.
—Acho que essa semana, você fugiu umas três vezes.
Ele continua me acompanhando até meu armário.
—Mês que vem, estamos de férias cara.
Ele diz animado, pra mim me pareceu que ele estava gritando.
—Cala a boca, pelo amor de Deus.
Imploro, mas ele não dá a mínima atenção, desviando o olhar pra trás de mim.
—Gata na área, fui. -avisa ele, antes de dar meia volta, respiro fundo antes de olhar pra trás e encontrar a garota de cabelos dourados me olhando, como se estivesse buscando coragem pra falar comigo e eu me adianto:
—Não, eu não quero, não quero sair com você. -Falo voltando minha atenção pra senha do meu armário.
—Eu não ia dizer isso. -Ela diz baixo e eu me viro, a estudando, sem entender. — Eu só queria agradecer por ontem.
Ela diz sem jeito, passando uma das mãos no braço, atraindo minha atenção pra marca que ela provavelmente tentou tirar com maquiagem.
—Você já agradeceu.
Retruco e ela sorri triste.
—É, agora eu estou agradecendo de novo, foi muito legal o que você fez por mim.
Ela diz nervosa, segurando a alça da bolsa.
—Eu preferiria que outra pessoa tivesse feito.
Falo me virando pra pegar a pasta cheia de códigos penais que eu tenho que decorar, ela esperou eu terminar e me virar pra abrir a boca pra falar algo a mais,porém passo por ela, a deixando para trás.
Me sentindo aliviado por está longe da mira daqueles olhos castanhos.
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CAOS
Romance•livro totalmente independente, porém se quiserem entender melhor, leiam sem razão antes• Ele não é bom, ele não é a luz, não é a calmaria, muito menos a paz. Ele é um caos, formado por cacos que cortam a quem tocar. E ele sabe que não é bom pra ni...