William permaneceu sentado à mesa até alguns minutos após Argus sair da casa, não se sentia a vontade para sair também, afinal, a essa altura ele poderia facilmente estar sendo caçado pela cidade por homicídio. Preciso pensar em para onde ir , pensou ele e logo se levantou, quando saiu pelo arco da cozinha começou a mapear a casa em sua mente... No andar de cima haviam 4 quartos, 3 deles estavam com suas portas fechadas, no andar de baixo viu apenas a cozinha, um banheiro e uma porta ao lado da escada que também estava fechada, lembrou-se de tentar abrir todas as portas do segundo andar e perceber que estavam trancadas, porém, não sabia dizer quando isso ocorrera, sua mente encontrava-se confusa... Se preocupou e questionou a pouca confiança que tinha em Argus... Tentou então abrir a porta no final do corredor ao lado da escada, ela também estava trancada, mas não como as outras, afinal, essa porta não tinha fechadura... Ele balançou violentamente a maçaneta mas a porta não se abriu... Magia? Pensou...
- Você também não confia em mim Argus?... - Sussurrou amargamente desconfiando mais ainda de Argus e de suas intenções... Sua mente estava em um turbilhão de pensamentos quando de repente um 'clic' quebrou o silêncio... William olhou para a porta e prestou mais atenção ao som, milhares e milhares de sons metálicos vinham da porta até que ela se silenciou de novo... O garoto largou a maçaneta e deu um passo para trás, a porta então se abriu revelando uma escadaria tão ingrime que se assemelhava a uma parede, o final da escada era tão escuro que não se via o último degrau... Com medo de que a porta se trancasse novamente antes de ele entrar ou sair de lá, William colocou uma cadeira em sua frente e começou descer as escadas, não havia corrimão apenas paredes, essas as quais William passava seus dedos... Até que em um instante tocou algo viscoso... O cheiro que subiu o fez lembrar-se de suas obrigações em casa... O fez lembrar da noite...
- Óleo... Isso é óleo...
Continuou descendo, com cuidado para não molhar-se com o óleo nem tropeçar e cair... Ao terminar de descer deu de cara com outra porta, tateou-a e percebeu algo escrito nela... As letras se iluminaram em sua mente, não era uma língua que ele conhecia mas a sonoridade que pairava sobre sua cabeça parecia fazer sentido... Sussurou... - Grisha - o óleo se incendiou iluminando a escada, a porta se abriu revelando então uma espécie de biblioteca, William viu que as paredes eram cobertas por livros assim como diversas estantes, livros estes tão antigos que ele temia tocar, o que ele podia ler era incapaz de compreender, a escrita era completamente ininteligível, a sala era iluminada por lanternas com as mesmas chamas que iluminavam Vahzya durante a noite, entretanto, essas chamas eram azuis, um azul esverdeado... No centro da sala haviam mesas, mas uma mesa se destacava por ser a única com algo em cima, haviam potes com misturas peculiares de ervas amassadas e muitas mais guardadas em pequenos frascos... Enquanto ele observava tudo aquilo ouviu um som persistente, demorou até compreender o que era, e só percebeu quando a cadeira que William havia posicionado na porta repousou ao fim da escada...
- Não... - Sussurrou incrédulo, e ao chegar aos pés da escada não viu a luz da porta, subiu as escadas correndo o mais rápido que pode. Ao alcançar a porta girou a maçaneta diversas vezes para todos os lados possíveis...
- Não, eu não posso ficar preso aqui... - Ele continuou girando a maçaneta mas a porta não se abriu de maneira alguma... Ele então desceu para tentar encontrar alguma outra forma de sair, ao não encontrar tentou manter-se calmo... Resolveu procurar algum livro que fosse capaz de ler, afinal, em algum momento Argus voltaria, e certamente o encontraria ali... Realmente não havia motivo para se preocupar ... Caminhou por entre as estantes, olhando atentamente livro por livro, alguns tão velhos que pareciam que se desmanchariam se william respirasse perto de mais, outros também antigos mas não chegam a ser tão extremos... Porém, um livro chamou a atenção de William... Um livro cuja capa preta tinha como nome na lombada "Período 607" em dourado, mas isso não foi o que mais o impressionou... Na verdade, o que mais lhe chamou a atenção foi o fato de esse livro aparentar ter sido feito ontem de tão novo... O garoto puxou o livro da estante e a capa exibia a mesma escrita, sua textura lembrava couro apesar da aparência ser como veludo... Aquele livro fascinou William... Ao abri-lo na folha ante-rosto havia um nome ilegível apagado por manchas d'água e abaixo do mesmo uma frase quase tão apagada quanto:
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SELYTRIA - O renascer das eras
FantasySelytria é um dos países do vasto mundo de Ashea, foi em Selytria que se iniciou a guerra de divisão de raças, assim, levando à extinção de algumas espécies e originando impérios à outras. Um jovem elfo chamado William, cuja família apóia a união da...