14. Não Importa

3.1K 275 21
                                    

Lisa não fazia ideia de quantas chicotadas havia recebido, já havia perdido a conta tantas vezes, também não importava a dor que sentia naquele momento, saber que o homem que tanto amou durante tantos anos era um assassino doía ainda mais.

Sentiu a pele latejar pela dor que o chicote lhe causará, suas mãos foram soltas assim como suas pernas e logo o som da porta sendo fechada, diferente da outra vez, Anne não lhe acariciou a pele, não preparou a banheira ou lhe colocou no banho, ela simplesmente saiu, sem dizer uma só palavra.

Mesmo com as pernas fraquejando pela dor, Lisa andou até o banheiro e entrou embaixo da água gelada sentindo os pequenos cortes arderem, fechou os olhos e chorou, pela dor, pela descoberta. Simplesmente perdeu-se em sua dor, assim que saiu deitou-se na cama e esperou por Anne, não fazia ideia do porque, mas a queria ao seu lado, como estiveram da última vez que estiveram ali.

A espera foi longa, tão longa que entregou-se ao sono, despertando apenas com batidas na porta, ela abriu os olhos pensando que seria Anne.

– Senhora? — A voz de Foster foi ouvida do outro lado da porta, Lisa levantou-se sentindo o corpo um pouco melhor e colocou um roupão indo até a porta.

– Sim? — Perguntou ao abrir a porta.

– Suas roupas, eu estarei esperando lá embaixo para leva-la ao aeroporto.

– Onde está a Anne? — Perguntou pegando a bolsa que o homem lhe oferecerá.

– Já está lá nos aguardando.

– Tudo bem, eu não irei demorar — Foster afirmou saindo e Lisa seguiu para o banheiro tomando um banho morno sentindo a pele voltar a arder.

Assim que saiu do banho seguiu até a cama onde estava a bolsa e a abriu vendo remédio para dor, pomada e ataduras junto a suas roupas, passou a pomada e colocou as ataduras fazendo o mesmo com as roupas, tomou o remédio e deixou o apartamento.

Assim que chegou ao térreo viu Foster encostado no carro, ele abriu a porta traseira e ela entrou sentindo dor ao sentar, Foster logo entrou sentando-se atrás do volante.

– Obrigada pelos medicamentos, Foster — Foster a olhou pelo retrovisor.

– Por que acha que fui eu quem os colocou em sua bolsa, senhora?

– Pouco provável que tenha sido a Anne, ela nem ao menos me olhou desde que entramos no carro.

– Sabe senhora, por mais que não seja da minha conta, creio que a Anne goste de você — Disse revisando entre olhar para o retrovisor e para ela — Por mais que sua maneira de demonstrar seja completamente estranha, eu jamais a vi tão possessiva com algo ou alguém que não fosse o trabalho e isso é a coisa que ela mais preza na vida — Lisa ficou em silêncio por um longo tempo.

[...]

Assim que o carro parou em frente ao jato particular, Foster desceu e abriu a porta para Lisa, ela desceu carregando a única bolsa que tinha em mão.

– Foster, será que pode pegar meu carro na Emigen? Eu acabei me esquecendo.

– Isso já foi resolvido, senhora, não se preocupe.

– Obrigada.

– Não seja por isso — Lisa seguiu para dentro do jato sendo seguida por ele.

Assim que entrou pode ver Anne sentada ao fundo, pensou em ir até lá e sentar-se ao seu lado, mas achou que seria melhor deixa-la só então sentou-se um pouco a frente, acomodando-se da melhor forma para sentir-se confortável sem sentir dor, respirou fundo e logo pode sentir o avião levantar vôo, não demorou a dormir.

ConsequenceOnde histórias criam vida. Descubra agora