Três meses depois...
Lisa olhou para a tela parcialmente escura com os olhos marejados e sorriu escutando o som potente que vinha do monitor, apertou a mão de Anne com certa força e a olhou sorrindo, Anne nem ao menos piscava, estava atenta aos rabiscos e sons que vinha dali.
– É um coração bem potente — O médico disse sorrindo — Gostariam de saber o sexo?
– Sim, por favor — Lisa disse olhando-o, o homem de cabelos loiros voltou a olhar para a tela.
– Parabéns mamãe, é um menino.
– Menino? — A voz de Anne saiu em um sussurro, Lisa a olhou enquanto lhe acariciava o dorso da mão.
– Sim, um menino muito saudável — O médico disse sorrindo e afastou-se de Lisa — Pode limpar a barriga — Disse entregando o lenço de papel para ela, Anne lhe ajudou mesmo estando um pouco fora de órbita ainda — As recomendações continuam sendo as mesmas, nada de esforços, uma alimentação saudável e balanceada e muito repouso, os enjôos matinais melhoraram?
– Sim, são bem raros de acontecer ultimamente, às vezes os tenho após comer.
– Logo não sentirá nenhum, está em seu quinto mês, a partir do sexto, já não sentira absolutamente nada, mas se sentir, é bom procurar sua médica, ela irá orienta-la melhor.
– Claro, obrigada doutor.
– Não foi nada — Disse sorrindo.
As duas saíram da sala e Lisa a olhou enquanto caminhavam pelo corredor.
– Não gostou dele, não é?
– Não, muito simpático para meu gosto — Lisa riu.
– Deveria admitir que sente ciúmes.
– Não irei admitir o que não sinto, Lisa.
– Tudo bem então, você quem sabe, o que acha que irmos escolher os móveis que faltam para o quartinho dele?
– Você precisa descidir um nome pra ele.
– Todo os que eu falei você odiou, Anne.
– Então estamos empatadas, pois a maioria dos nomes que eu disse, você odiou.
– Acho melhor irmos cuidar do quarto — Disse puxando-a para fora do consultório.
[...]
Anne analisava a maneira eufórica com que Lisa escolhia os móveis do quarto infantil, via os olhos da ruiva brilharem e escutava cada ideia mirabolante para a maneira que o quarto seria montado, Lisa parou de repente e olhou para Anne preocupando-a.
– Algum problema?
– Olha aquilo — Anne olhou para o local que havia tomado a atenção da ruiva, os tons de marrom, beje e branco tomavam conta da pequena montagem, ursos de pelúcia completavam o ambiente.
– É muito bonito.
– Acho que encontramos a decoração do quarto do nosso bebê — Disse animada e lhe deu um breve beijo.
– Com licença — Lisa virou-se para a atendente — Eu posso ajuda-las?
– Não — Disse séria, ao notar que a atendente não tirava os olhos de Anne — Nos já escolhemos.
– E há algo a mais que eu possa ajuda-las?
– Se precisarmos, chamaremos — A mulher deu um sorriso de canto e saiu após encarar Anne mais um vez.
– Essa Lisa ciumenta, eu não conhecia — Disse com um sorriso nos lábios enquanto a puxava para perto, Lisa a abraçou pelo pescoço.
– Sou muito pior do que você pode ver — Anne riu e a beijou lentamente, era a primeira vez desde que acordou que brincava com Lisa ou lhe beijava daquela maneira, Lisa sabia que era sobre as restrições que a gravidez causava a Anne.
– Vamos escolher o que falta, temos que ir para casa.
– Por que? — Perguntou manhosa.
– Querida, eu tenho trabalho.
– Irá me deixar em casa sozinha? — Fez um pequeno bico que Anne achou adorável e beijou-lhe fazendo-o desfazer-se.
– Não, Eu irei trabalhar no escritório de casa — Lisa revirou os olhos e seguiu em direção a decoração.
[...]
Anne encarou as diversas folhas sobre sua mesa e respirou fundo, havia tanto para fazer, tantos assuntos burocráticos e contratos incansáveis. Haviam prazos que ela mesma havia imposto, por isso corria contra o tempo, na noite anterior havia passado horas ali e pelo jeito naquele dia não seria diferente.
O seu telefone tocava a cada instante, os longos minutos que ela passou em cada chamada a cansava mais, estava realmente exausta, olhou para o relógio vendo que já era tarde, não havia parado desde que entrará ali, mas sabia que havia chego cedo.
Saiu do escritório vendo tudo completamente escuro, o silêncio reinava, provavelmente Lisa já dormia, seguiu para a cozinha comendo algo rápido, já que não tinha tanta fome, subiu para o quarto e entrou silenciosamente vendo Lisa dormindo agarrada a um grande travesseiro, ela seguiu para o banheiro e despiu-se adentrando o Box.
¤
– Pelo amor de Deus, Anastácia, quem seria o louco e querer uma vida com você sendo que poderia ter qualquer mulher aos meus pés? Eu não sou louco, tenho os olhos que enxergam perfeitamente bem, você é feia, ouso dizer que a mulher mais feia que eu já vi, como iria ter filhos com você? Você não serve para ser mãe, não serve para ter nada — Disse vendo-a caída no chão em meio às lágrimas — Agora saía daqui, não quero que vejam você, seria humilhante demais pra mim.
¤
Anne desligou a água, seus fantasmas estavam todos ali, todos vieram a tona, ela saiu do Box e puxou a toalha secando-se, foi até o closet vestindo-se e seguiu novamente para o quarto, aproximou-se da cama puxou o cobertor, seus olhos seguiram para Lisa que agora tinha sua barriga de cinco meses completamente exposta por conta do pijama erguido, Anne a analisou com atenção e em um ato involuntário, acariciou-lhe a barriga sentindo os lentos movimentos da barrigada da ruiva.
– Ele sente quando é você –– Lisa sussurrou rouca e suspirou — Já é louco por você — Lisa segurou a mão da mais velha e a olhou — Não precisa ter medo de nos querer, Anne, somos sua família agora e não importa quem o colocou aqui dentro, se foi um médico, Sean ou quem quer que seja, ele continua sendo seu — Lisa não esperou resposta puxou-a para perto fazendo-a deitar e abraçando-a, Anne prontamente correspondeu ao abraço, sentia-se bem ali, nos braços de Lisa.
– Acho que Matteo é um belo nome — Sussurrou sem tirar a mão do vetre da ruiva, Lisa riu ao sentir os movimentos mais intensos de sua barriga.
– Acho que ele gosta de Matteo.
– É, eu acho que sim — Disse sorrindo, Lisa lhe acariciou o rosto.
– Obrigada Anne...
– Pelo que?
– Por confiar em mim, mesmo quando já não confia em mais ninguém — Anne sorriu de canto e beijou-lhe o pulso.
– Só não me faça perder isso.
– Não irá — Disse abraçando-a um pouco mais, Lisa sentiu outro chute em sua barriga — Matteo concorda comigo — Anne riu — Agora ele precisa se acalmar para que eu possa dormir outra vez — Anne começou a fazer carinhos involuntários na barriga da ruiva e a beijou.
O beijo que começou lento, tornou-se intenso, Anne desceu a mão até a coxa da mais nova apertando-a.
– Acho que precisamos cansa-lo um pouco — Disse maliciosa, Lisa riu.
– Eu concordo plenamente com você, amor — Disse voltando a beija-la.
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Consequence
FanfictionLisa se ver envolvida com Anne em uma noite que era para ser apenas de trabalho, onde ambas vêem soluções para o que estavam procurando, a solução para seus problemas... Um contrato foi assinado. As consequências de um contrato estão começando a apa...