19. Boa noite querida

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Lisa suspirou aconchegando-se um pouco mais ao corpo de Anne, fazendo-a notar que a ruiva dormia.

– Lisa? — Chamou em um sussurro escutando-a resmungar — Não faça manha, vamos, acorde.

– Me deixe dormir, Anne.

– Deixarei assim que chegarmos ao quarto — Lisa voltou a resmungar, mas por fim, levantou-se indo para o quarto sendo seguida pela mais velha, trocou de roupa e deitou-se.

Assim que Anne repetiu seu ato, Lisa a abraçou, era cada vez mais comum aquele ato de dormirem abraçadas, que se dormissem de outra maneira que não fosse aquela, estranhariam.

Lisa escondeu o rosto na curva do pescoço da mais velha enlaçando suas pernas.

– Boa noite Anne.

– Boa noite querida — Disse no mesmo tom baixo que a mais nova e a abraçou um pouco mais.

Anne a observou por longos minutos que se lhe perguntassem ela nem mesmo saberia dizer quantos foram, Lisa vinha quebrando barreiras que a muito tempo ninguém ousou tocar ou olhar.

Aos vinte anos de idade havia conhecido a arte da dominação, tomou para si o aprendizado com tanto gosto que usava isso muito além das quatro paredes que um quarto poderia lhe proporcionar, virou dominadora no trabalho, na arte de seduzir quem quer que fosse seu alvo e não poupou em usa-la, aos dezenove anos, quando fez a plástica onde seu rosto fora completamente modificado, sentia-se tão feia, não seduziria ninguém e afirmava isso com veemência, Richard, como dizia se achar, lhe dissera tais palavras quando ela o afrontou no mesmo dia em que fora embora da casa onde trabalhava.

"– Não seja ingênua, Anastácia, nenhum homem que tenha sua visão perfeitamente boa se apaixonaria por você acha mesmo que eu podendo ter qualquer mulher aos meus pés, eu escolhiria me casar com você? Eu tinha nojo cada vez em que beijava seus lábios e tocava seu corpo, você não serve nem mesmo para satisfazer um homem qualquer da sua classe, como acha que poderia me satisfazer? Você é feia, qualquer homem em seu perfeito juízo jamais te daria um nome[...]"

Mesmo que o tivesse feito engolir cada palavra dita e feito perder o que ele lhe tirou, não se deu por satisfeita, o segundo bem mais precioso dele era seu império e Anne o arruinou com uma facilidade tão grande que jamais imaginou que poderia ser tão simples, porém Richard ou como quer que ele gostasse de ser chamado, não era o único e ela estava colocando cada um em seu devido lugar.

[...]

Lisa abriu os olhos vendo a escuridão do quarto, sabia apenas que era dia por causa da pouca luz que ultrapassava um pequena brecha da janela e o horário marcado em seu relógio de cabeceira, levantou-se seguindo para o banheiro, após um tempo saiu do quarto a mesa estava pasta na cozinha, bem diferente das outras vezes que sempre tomavam café na sala de jantar.

– Bom dia Joanna.

– Bom dia senhora — Disse colocando a jarra de suco sobre a mesa.

– Onde Anne está?

– Está no escritório.

– Ela já tomou café? — Perguntou pegando um morango.

– Não senhora, apenas pediu para que eu arrumasse a mesa e foi para o escritório atender uma ligação.

– Tudo bem — Disse seguindo para fora da cozinha.

– A senhora irá tomar café?

– Sim, apenas irei busca-la.

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